Parem de derrubar árvores (444). Degola em frente ao Parque Jardim do Poço

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À véspera do Dia da Árvore – comemorado em 21 de setembro – o Recife perde mais uma. O “cadáver” mais recente fica na calçada do Parque Jardim do Poço, na Avenida Dezessete de Agosto, no Poço da Panela, Zona Norte do Recife. Passei dirigindo no início da semana, quando vi o tronco esquartejado. Pedaços sobrepostos, como se tivessem sido organizados para confecção de uma fogueira.

Como estava com compromisso e atrasada, decidi fotografar depois, para a série “Parem de derrubar árvores”, na verdade uma campanha de caráter permanente feita pelo #OxeRecife, contra a motosserra insana e os arboricídios constantemente praticados na capital pernambucana. Na quinta, estive no local durante a minha caminhada matinal, mas o destocamento (quando o tronco que resta, o toco, é arrancado do chão) e os pedaços já haviam sido recolhidos.

O Jardim do Poço exigiu degola de mais de 40 árvores. Agora tomba mais uma, só que na calçada do parque

Restou, portanto, a opção de documentar o alegrete vazio e ainda tomado pelo pó de serra, a serragem que restou da ação de destocamento. Detalhe: como sempre, nenhuma mudinha colocada no local. O que também é comum na cidade onde há sempre uma árvore degolada (e sem reposição) em cada esquina, o que nos dá a impressão que vivemos na capital nacional do arboricídio. Infelizmente parece que nossos agentes públicos ainda não se conscientizaram da importância do verde para o conforto térmico da população, para o paisagismo da cidade e para o bem-estar de todos.

E principalmente para neutralizar os efeitos do aquecimento global no planeta que, como se vê, já está pegando fogo, inclusive no Brasil. Só aí, no Parque Jardim do Poço, mais de 30 árvores foram eliminadas para a sua implantação. Eram adultas e seculares e deveriam ter sido preservadas, caso as autoridades se preocupassem mais com o verde e menos com o excesso de concreto no empreendimento. Aliás, se formos comparar os parques e praças que são construídos hoje com os que foram idealizados pelo paisagista Roberto Burle Marx no começo do século passado, veremos que a proporção de áreas permeáveis é muito maior do que a revestida com concreto.

É só observar e fazer as contas….. A propósito, quantas árvores foram erradicadas e quantas foram plantadas no Recife na atual gestão?

Nos links abaixo, você confere outras perdas no antes bucólico bairro do Poço da Panela.

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

Parem de derrubar árvores (444). Degola em frente ao Parque Jardim do Poço

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