Parem de derrubar árvores (383)

Cumprindo sua missão de acusar todas as perdas verdes da cidade – em áreas públicas ou privadas – o #OxeRecife se sente no dever de acusar mais duas prováveis vítimas de arboricídio. Elas ficam no pátio interno do Detran, no bairro da Iputinga. Pelo corte bem certinho, a degola deve ter sido obra da  motosserra insana.

Mas como a natureza é muito resiliente, graças a Deus, pelo menos um dos troncos guilhotinados parece que vai renascer, pois nele  começam a surgir pequenos brotos, como vocês podem observar na foto acima. O outro, abaixo, e que parece ter sofrido um corte mais antigo, pelo que se observa, não tem mais jeito mesmo. E dificilmente sobreviverá. O que restou tem que ser destocado para que, em seu lugar, plante-se uma nova muda

Tronco degolado há tempo não foi destocado e permanece sem reposição, no pátio interno do Detran

As duas vítimas de arboricídio encontram-se em uma área privativa do estacionamento da autarquia, destinado apenas aos funcionários. Apesar dessas duas guilhotinas, a área felizmente possui jardins e é bastante arborizada. Inclusive no dia em que estive no Detran, havia vagas sombreadas de sobra. Porém ao tentar lá estacionar, soube que esse terreno à direita de quem entra no Detran é só para servidores.

Na área do estacionamento que serve ao público em geral, à esquerda, a temperatura estava insuportável. Bem diferente da sentida ao lado. Percebi as diferenças  ao circular, a pé, pelas duas áreas. Puxa vida, fiquei a pensar no bem que uma árvore nos faz…. E como faz.  Não sei o que custa, para o estado, fazer o plantio de árvores na parte do estacionamento dedicada ao público, que virou uma pequena ilha de calor.

Estacionamento privativo dos servidores do Detran é verde (foto acima), mas o do público é uma ilhota de calor.

Não há uma só sombra, e as poucas árvores que esse lado do pátio possui – umas cinco – ficam recuadas, perto do muro, sem que possam dar um pouco de conforto térmico a  por quem lá circula. Seja a pé ou de carro. E olhem que, pelo número de licenças para que os carros podem circular no estado, o Detran teria, no mínimo, obrigação de fazer algum tipo de compensação ambiental para o bem de todos. Até porque, lembram os engenheiros ambientais, para compensar as emissões que  faz um carro – ao rodar 20 mil quilômetros por ano – seriam necessárias 16 árvores… Somente.

Também chama a atenção a total inexistência de bancos nos dois pátios externos. Alguns tamboretes até existem, mas em cinco ou seis barracas que vendem refrigerantes e alimentos. Vi muitas pessoas idosas sentadas pelo chão, enquanto aguardavam a vez de atendimento. Será que não sobra nem um tostão de verba de multas, IPVA e etc para que o Detran dispense um tratamento melhor aos usuários, para que não tenham que esperar atendimento sentados no chão ou com o sol queimando o seu juízo? Isso é tão difícil? Ou não se pode gastar nenhum real para que se preste um bom e digno acolhimento ao cidadão?

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 Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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