Tido como um dos biomas mais ricos em biodiversidade do Planeta, a Mata Atlântica é, também, um dos mais ameaçados. Pois não é novidade para ninguém, que no Brasil só resta doze por cento da cobertura original. Felizmente, tem muita gente trabalhando para recompor o que foi devastado pela ação do homem. Sediado no Recife, o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) desenvolve ação para reflorestar 250 hectares de vegetação nativa, no vizinho estado da Paraíba. Em 2020 – quando começou a atividade – foram restaurados 31 hectares, com a perspectiva de gerar 110 mil novas árvores.
Em 2021, a meta é mais ambiciosa, devendo-se atingir 90 hectares recuperados, com a geração de até 300 mil árvores. O projeto visa restaurar a conectividade estrutural no Corredor Pacatuba-Gargau. O trabalho consiste em planejar e executar, até 2022, ações de reflorestamento naquele estado, conectando trechos de Mata Atlântica nativa já existentes na região. A área interliga florestas em duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). São elas: a Fazenda Pacatuba (no distrito de Santa Helena, em Sapé-PB) e o Engenho Gargaú (que tem sede em Santa Rita-PB, ambas em propriedades da Usina Japungu).
Os municípios de Sapé e Santa Rita ficam separados por distância de 36 quilômetros. As restaurações na Paraíba acontecem através de três técnicas: condução da regeneração natural (na qual são aplicadas técnicas de silvicultura para aumentar o potencial das árvores se desenvolverem naturalmente nas áreas de atuação); o plantio de mudas (que usa pequenas plantas cultivadas em viveiros); e a semeadura direta (técnica que tem revolucionado o mercado da restauração florestal, com coletores que captam sementes em áreas estratégicas da natureza, posteriormente preparadas para compor a muvuca, mix de sementes que é semeado diretamente em solo preparado).
Só em 2020, os trabalhos do Cepan requisitaram 10 mil mudas de 40 espécies nativas mudas e 300 kg de sementes de mais de 50 espécies. O próximo plantio, agora em 2021, será de 40 mil mudas. A demanda por esses insumos estimula a corrida por capacitação e profissionalização de fornecedores locais, gerando uma oportunidade socioeconômica. Em parceria com a Usina Japungu, o Cepan estrutura a criação de um núcleo de coleta de sementes nativas da Mata Atlântica na Paraíba. A técnica, que simula o processo de sucessão ecológica da floresta, além de ter um baixo custo de manutenção, oportuniza a geração renda complementar para trabalhadores da região. Espera-se que com aumento da vegetação nativa, a biodiversidade tenha mais espaço para crescer, beneficiando a fauna local, como o guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul) e o macaco-prego-galego (Sapajus flavius), este último ameaçado de extinção devido a ações antrópicas como desmatamento, queimadas e caça.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / Cepan