Governo de Pernambuco corre atrás do prejuízo e monitora manifestações

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Lá e lô. Depois da confusão do dia 29 de maio – quando a Polícia Militar de Pernambuco  meteu spray de pimenta e bombas de borracha em quem não  devia, durante protesto contra o Governo Jair Bolsonaro – o Governador Paulo Câmara (PSB) não mede esforço para não correr o risco de sofrer outro desgaste político por conta de sua PM insubordinada.

No último sábado, durante novo protesto contra Bolsonaro, o Palácio do Campo das Princesas orientou a PM para que apenas observasse o protesto, com recomendação de agir só em caso de necessidade (desordem, roubo, furto, etc). Felizmente tudo transcorreu em ordem, mesmo diante da recomendação do Ministério Público de Pernambuco para evitar aglomerações.

E também escalou agentes de conciliação para acompanhar o movimento, com a recomendação de amenizar eventuais ânimos exaltados. Felizmente, não foi preciso nenhuma intervenção. Nesse domingo, quando apoiadores do Bozó fizeram um desfile de motos, profissionais das cinco secretarias do Governo de Pernambuco estiveram presentes. Eles compõem a chamada Mesa Permanente de Articulação com a Sociedade Civil, criada após o conflito que terminou com duas pessoas feridas ( cada uma perdeu uma visão) e spray de pimenta desferido contra o rosto da vereadora Liana Cirne (PT). Os agentes de conciliação pertencem a cinco secretarias estaduais. Segundo o governo do estado, “os dois eventos (o de sábado e o de hoje) aconteceram sem intercorrências”.  “Apesar de atos como esse continuarem suspensos no Estado, em razão das medidas sanitárias necessárias para prevenção da Covid-19, o Poder Executivo estadual realizou, durante toda semana, negociações com o objetivo de garantir a segurança e organização das atividades”, informa o Palácio do Campo das Princesas.

Muito triste se fazer festa pró-Bozó, quando o país ultrapassa a marca de 500 mil mortos e quando todos nós sabemos da má condução do governo na questão da crise sanitária. De chamar a Covid-19 de “gripezinha” e tripudiar com o sofrimento alheio, chamando de “maricas” quem contraiu a doença, o Governo ainda impôs “tratamento precoce” com drogas de uso não recomendado por cientistas.

Achou pouco, ainda criticou o isolamento social, provocou aglomerações e quer que o povo ande sem máscara. E´demais mesmo. Estou mais com esse cartaz aí da foto, mostrando o que aconteceu no nosso país, que, segundo os especialistas, tinha tudo para ser o primeiro a começar a vacinar a população contra a Covid-19. Mas não foi o que aconteceu. E o resultado está aí.  O desfile de motos pró-Bozó foi da Zona Sul à Zona Norte.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação / SEI

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