Festa do Morro: entre o lixo e a fé

Se a Festa do Morro começasse hoje, os caminhos que levam ao alto mais famoso do Recife fariam vergonha aos visitantes. É que há muito lixo espalhado nas laterais das duas vias de acesso, conforme vocês podem observar na foto, na Estrada do Morro da Conceição. Além dos esgotos a céu aberto descendo as ladeiras, quem sobe a pé – como é o meu caso, durante as caminhadas – ainda se defronta com cenas tão desoladoras. É uma pena, porque o Morro que já era bonito e símbolo de luta, ganhou um significado a mai em 2015, quando foi transformado em Santuário.

Portanto, mereceria um carinho muito maior das autoridades como da população.Mais zelo de todos. A pré-festa já tem início no sábado, com celebração inter-religiosa, mas a paisagem está muito prejudicada com a lixarada. De acordo com Avelino Lopes, Gerente de Fiscalização de Limpeza da Emlurb, serão mobilizados 620 trabalhadores para os dez dias de festa, sendo que a escala de trabalho garantirá 150 garis por dia. Serão distribuídas 80 lixeiras, e a expectativa é que sejam produzidas 40 toneladas de lixo durante o evento.

Infelizmente a Emlurb não preparou nenhum ação educativa nem fez parceria com a Igreja para educar a população que, no quesito limpeza , ainda deixa muito a desejar. Precisa de muita consciência ainda. No Recife, só há um evento de grande dimensão que termina com sujeira zero na rua: é a Marcha Pela Vida, realizada anualmente durante o verão, na Avenida Boa Viagem pela Arquidiocese de Olinda e Recife. Porque os outros não seguem esse exemplo de cidadania? Por que não se adota medidas preventivas e educativas? E também repressivas?

Durante a entrevista sobre a programação da Festa, bem disse o Comandante do Décimo Primeiro Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Silvestre Dantas, que responderá pelo policiamento preventivo na Festa do Morro: “segurança pública se faz com educação, tolerância e respeito”. Afirmou que mobilizará canil, cavalaria, soldados a pé (55 por dia), sendo cem no dia da procissão (8/12). Montará, ainda, duas plataformas de policiamento e utilizará até drone para monitorar a festa, flagrar larápios fazendo o que não devem.  No caso da limpeza pública, educação é fundamental, tolerância precisa ser menor (multando-se os porcalhões) e o respeito necessita de cutivo (ao vizinho, à cidade, ao meio ambiente). E por que não se usa também drones, câmeras de segurança e guardas municipais para coibir as ações dos “porcos” urbanos? A Santa agradece.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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