Uma ilha imunizada, no meio da pandemia. Famoso por suas praias paradisíacas e tido como um dos destinos preferidos por milhares de brasileiros e estrangeiros, o Arquipélago de Fernando de Noronha será a primeira localidade pernambucana a ter vacinada contra a pandemia nada menos de cem por cento de sua população com idade acima de dezoito anos. A informação foi confirmada hoje pelo Governador Paulo Câmara (PSB). Para tanto, o Governo de Pernambuco vai enviar cerca de mil doses de vacinas contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz à Ilha, localizada a 541 quilômetros do Recife.
O objetivo é assegurar a conclusão da imunização de todos os habitantes maiores de 18 anos. “A iniciativa poderá garantir mais segurança para a retomada do turismo, principal atividade econômica da ilha, destacou Paulo Câmara. Em tempos normais, Noronha chega a receber quase 10 mil turistas por mês. Em 2019, o Arquipélago recebeu 106.130 turistas. Em 2020, esse número caiu para 33.836. Em janeiro de 2019, época de alta estação, os visitantes somaram 10.069. Em 2021, a quantidade caiu para 7.558 (a pandemia foi detectada em março de 2020, no Brasil).
O socialista lembrou que somente com uma porcentagem muito maior do que os atuais 12% da população brasileira vacinada, a sociedade terá segurança para tirar as máscaras da rotina. Por esse motivo, as máscaras permanecem recomendadas em todo o estado. E também em Noronha, apesar de cobertura maior do que no restante do estado. Como a segunda dose ainda vai demorar a ser aplicada, a recomendação é que os protocolos sanitários continuem mantidos, segundo informa o Administrador do Arquipélago, Guilherme Rocha. Ao contrário do que vem apregoando o Presidente Jair Bolsonaro, Câmara insiste no uso de máscaras. E argumenta:
“O que a ciência diz é o que deve nos orientar. Mais de dois milhões e duzentos mil pernambucanos tomaram pelo menos uma dose da vacina. Apesar da imunização, todos nós precisamos manter os cuidados preventivos, e o mais importante deles é continuar usando máscara”, finalizou Câmara, um dia após o Presidente Jair Bolsonaro avisar que estava pensando em editar um decreto suspendendo o uso de máscara, para quem já tiver sido vacinado. A sugestão de Bozó rendeu uma série de ironias nas redes sociais, o que já era de se esperar. Elas estão inundadas com recados do tipo “Não tire a máscara. Tire o Bolsonaro”.
Depois de tentar expor a população ao vírus – apostando no Brasil, na chamada e fracassada imunidade de rebanho – e de impor o uso da cloroquina contra a Covid-19 (sem nenhum embasamento científico), mais esta agora. O homem querer que a população se exponha, mais uma vez, à Covid-19, mandando que as pessoas retirem as máscaras, quando os índices de imunização no país ainda não sugerem esse tipo de relaxamento. Tal iniciativa não chega a surpreender. Principalmente partindo-se de uma pessoa que chamou uma pandemia de “gripezinha” e de “maricas” quem pegou a forma grave da doença. E que ainda faz pouco de quem morreu. “Não sou coveiro”. Frase, aliás, que mostra o desrespeito a profissionais que estão comendo o pão que o diabo amassou, nessa pandemia. Para muita gente, em termos de condução da Pandemia, Bozó não passa é de um genocida!
Hoje foram registrados 3.715 novos casos da Covid-19 no Estado, sendo que 5,5 por cento desenvolveram a Síndrome Respiratória Aguda Grave, quando a pessoa precisa de internamento hospitalare suporte de oxigênio. Agora, o número oficial de pessoas que foram infectadas pelo coronavírus em Pernambuco chega a 515.544, sendo que 47.101 tiveram a forma grave da doença. Também foram confirmados 87 óbitos devido à doença, elevando-se para 16.701 o total de vidas perdidas no estado.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Hesíodo Goes / Empetur / Acervo #OxeRecife
