Fenearte: Olê, “mulé” rendeira, olá “mulé” rendá, a renda de bilro

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Último dia para conferir a 24ª edição da Fenearte, que se encerra neste domingo (14/7), no Centro de Convenções de Pernambuco. É a chance de comprar produtos mais baratos, pois para se livrar do estoque, é fácil achar pechinchas entre os expositores. Mas é uma oportunidade, também, de observar alguns saberes que estão cada dia mais distantes da realidade das pessoas dos grandes centros.

Por exemplo: Uma vez postei no Instagram do #OxeRecife a foto de uma estátua de mulher rendeira, que vi em um edifício no bairro das Graças, aqui no Recife. Na estátua, a mulher está em frente a uma almofada, manipulando bilros. Pois choveram perguntas, do tipo “o que é isso ?”, “o que a mulher está fazendo ?”, “para que serve essa almofada”?

Ou seja, ninguém sabia o que é uma mulher rendeira. Em Pernambuco, realmente a renda de bilro não é tão comum, pois o que mais se produz (na Região Agreste) é a renascença, que é belíssima.  Porém no Litoral do Ceará e em algumas áreas do Maranhão, a renda de bilro ainda é meio de sustento para muita gente.

Materiais usados na confecção da renda: bilros, espinhos de mandacaru, almofada e linhas

Na Fenearte, estão expostas não só as rendas da Raposa – localizada na ponta Norte da Ilha de São Luís, no Maranhão – como há uma rendeira, Marilene Marques Maranhão, produzindo a renda para a gente ver. Ela integra a Associação Bilro de Ouro  @bilrodeouro, que produz vestuário,  caminhos de mesa, xales, jogos americanos, vestidos, cortinas, varandas para  rede, braceletes e renda por metro. Tudo a partir da manipulação do bilro.

E o que é bilro? O bilro é uma peça (espécie de carretel) feita com semente de palmeira de tucum (a cabeça, como em um alfinete), com haste em madeira ou bambu. Nele são enroladas as linhas que  se vai se usar para urdir a trama. Para manipular os bilros, a rendeira precisa de “alfinetes” (feitos com espinhos de mandacaru), que são enfiados numa almofada de juta (recheada com palha seca de bananeira). Os alfinetes são os condutores do trabalho, pois com eles se desenha a trama quer se quer criar. E, assim, jogando os bilros, a rendeira vai produzindo o seu trabalho. “A artesã tem mãos de fada, pega um pedaço de madeira, um espinho de mandacaru e linha e transforma tudo em arte”, orgulha-se Marilene.

As pessoas param, observam, e se surpreendem com a habilidade e a rapidez com que a artesã manipula linhas, bilros e alfinetes para produzir a sua renda. Uma renda que gera renda para garantir o sustento de suas famílias.  Há muitos outros tipos de renda: labirinto, renascença, filé, richilieu, mas  nem todas – como a da localidade da Raposa (a 28 quilômetros do centro de São Luiz) – são confeccionadas com bilros. A produzida na Raposa e na localidade de Acaraú (no Litoral do Ceará) é chamada de “renda de bilro”.

No vídeo abaixo, feito na Fenearte, você pode observar como se produz “renda de bilro”. E nos links próximos, mais informações sobre a maior feira de negócios de artesanato da América Latina:

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Texto, fotos e vídeos: Letícia Lins / #OxeRecife
Folder:  reprodução de foto de Francisco Moreira Costa

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