Dengue: Incidência cresce mas água acumulada se vê até em telhado de hospital

Com preocupante aumento nas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em Pernambuco, é preciso redobrar a vigilância nos focos do mosquito. No entanto, além dos problemas de abastecimento – com muita gente armazenando água em reservatórios domésticos, muitas vezes sem tampa – o que se vê é água acumulada em locais de pouca visibilidade, e que vão das cobertas dos abrigos de ônibus (que são de responsabilidade do poder público) àquelas que pertencem a hospitais  como o da foto acima (de iniciativa privada). Mas é bom ter cuidado, pois, o número de casos prováveis de dengue aumentou 201,9 por cento segundo boletim divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde.

Do alto dos edifícios vizinhos dá para se perceber a água acumulada nesse anexo do Hospital Casa Forte, antigo Vitória Régia, que fica na Rua Edson Álvares, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Vez por outra, tem chegado denúncia de prédios vizinhos acusando o fato. E é provável que a direção da entidade não tenha conhecimento, pois a poça só é vista de edifícios altos da vizinhança. Essa foto foi eu mesma que bati, do quinto andar de um edifício vizinho. Ela foi feita na terça-feira, quando o Recife registrou um dia chuvoso, porém de acordo com os moradores do prédio, a água chega a passar de três a quatro dias empoçada, mesmo com dias ensolarados. E isso é ruim.

Com as torneira secas, ou sem elas, comunidades carentes do Recife reservam água em baldes sem tampas

Todo cuidado é pouco com esse mosquito devastador. Principalmente nesta época do ano, quando chuva é só o que não falta, com água acumulada em depósitos de lixo, borracharias, garrafas descartadas em locais indevidos. Em casa tenho cinco jarrinhos com água com plantinhas, porém coloco neles um produto que impede a larva de se desenvolver.  O produto perde o efeito depois de quarenta dias. Então, lava-se os jarros, muda-se a água e coloca-se de novo o pozinho mágico, que é muito eficiente. Na quinta-feira, a SES faz reunião com secretários municipais de saúde, para alinhar as atividades do Dia D da Dengue.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os números da dengue e outras  doenças transmitidas pelo Aedes preocupam em 2024. A julgar pelos números computados no início do mês, a coisa está ficando feia. Até 10 de fevereiro, o aumento nos casos de dengue em Pernambuco era de 113,4 por cento. O da Zika, 137,5 por cento. E da chikungunya, 23,8 por cento. Mas o boletim da SES divulgado hoje mostra o surgimento de 1.192 casos suspeitos de dengue em uma semana. Destes, 230 já foram confirmados. O crescimento de  chikungunya agora é de 43,6 por cento. E a Zika, que “não apresentava circulação há alguns anos no estado”, subiu 422,2 por cento em relação a 2024.

A dengue, se hemorrágica, pode levar o paciente à morte. Já a chikungunya deixa severas: amigos meus reclamam de dores em todo o corpo, dificuldade de se mexer, até de fechar a mão para pegar em um talher.  Todas as pessoas que conheçam que tiveram a doença necessitaram de sessões de fisioterapia. E a Zika é aquela, terrível, que gerou uma multidão de crianças com microcefalia em Pernambuco. Segundo a SES, em quatro municípios pernambucanos, a situação é grave: Araçoiaba (Região Metropolitana), Gravatá (Agreste) e Belém do São Francisco (Sertão). Também preocupa no Arquipélago de Fernando de Noronha, que fica a 541 quilômetros do Recife.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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