Cobiçadas desde o século 16 (valiam o preço de dois escravos) ararajubas estão ameaçadas

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Lindas, elas são. Por esse motivo, tornaram-se disputadas por traficantes de animais silvestres e colecionadores de aves. E não é de hoje.  Já no século 16, o jesuíta Fernão Cardim dizia que uma ararajuba (“Guarouba guarouba”) valia o preço somado  “de dois escravos”. Então, ela é cobiçada desde o século do Descobrimento. Embora seja protegida em lei, a ave chega a custar quase R$ 10 mil no mercado clandestino. Como se essa “demanda” não bastasse, ela tem o habitat nas áreas da Amazônia que mais sofrem devastação e ataques de madeireiros. Por tudo isso, o psitacídeo encontra-se bastante ameaçado.

Mas tem tudo está perdido. No início de fevereiro, foram realizadas coletas de sangue em 18 ararajubas (Guarouba guarouba) do Parque Estadual Dois Irmãos, que fica no Recife. As amostras serão processadas geneticamente para gerar conhecimento que contribua para o bem-estar e reprodução da espécie, classificada como vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).  As amostras coletadas foram enviadas ao Laboratório de Genética e Evolução Molecular de Aves, em São Paulo, para a extração e armazenamento do DNA. Posteriormente, serão encaminhadas ao Instituto Tecnológico do Vale (ITV) para o sequenciamento, responsável por fornecer informações adicionais sobre o parentesco e a possível origem das ararajubas.

Ararajubas são estudadas para garantir preservação da espécie. PEDI faz parte da pesquisa

“Os dados fornecidos por meio dessas coletas irão responder quais as prováveis localidades de onde veio o animal, qual o nível de parentesco entre os indivíduos do grupo e identificar os perfis genéticos existentes. A partir dessas análises, será possível orientar o parque sobre como melhorar a diversidade genética da espécie”, afirma o biólogo idealizador do projeto, Paulo Neto, cujo foco de pesquisa é o genoma aplicado à conservação de aves ameaçadas endêmicas do Brasil. Além do Parque Dois Irmãos, o Parque das Aves no Paraná, o Zoológico de São Paulo e o Bioparque do Rio de Janeiro também foram escolhidos para participar do projeto.

A escolha das instituições é resultado do sucesso no trabalho realizado com ararajubas sob cuidados humanos.  “A pesquisa consegue as amostras necessárias para estudo, o parque ganha dados importantes para melhorar a reprodução da espécie e o meio ambiente pode receber indivíduos mais saudáveis e com maior capacidade reprodutiva”, afirma o técnico do Parque Estadual de Dois Irmãos, Juvenal Damasceno. As informações geradas por este projeto alimentam o Studybook, uma ferramenta da gestão científica de populações de animais silvestres em zoológicos. Por meio dela, instituições em todo o mundo podem acessar informações que auxiliam para a estabilidade demográfica e o aumento da diversidade genética da espécie. Também contribui com o aumento de estratégias para o bem-estar e sucesso na reprodução e conservação das ararajubas. A espécie pode atingir 35 centímetros de comprimento, tem plumagem amarela com parte das asas verde.

Nos links abaixo, você confere mais informações sobre “parentes” da ararajuba e sobre outras aves.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Zoológico de São Paulo e Parque Estadual de Dois Irmãos / Divulgação

One comment

  1. Matéria maravilhosa!
    Parabéns ao Parque Estadual de Dois Irmãos pelo trabalho de conservação de espécies ameaçadas de extinção.
    Estas aves são lindíssimas e merecem todo nosso cuidado.
    Obrigada!!!

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