Natureza: Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira (Salve) é lançado

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Com uma das faunas mais ricas do mundo – cerca de 100 mil espécies, entre vertebrados e invertebrados – o Brasil conta agora com importante ferramenta para facilitar o trabalho daqueles que se dedicam ao estudo, conservação e proteção dos animais silvestres. É que foi lançado pelo ICMBio o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira. O também conhecido por SALVE, no entanto, traz informações de não mais de 15 mil  espécies que integram a fauna de Norte a Sul do país.  Do total de espécies avaliadas, 5.513 possuem “ficha publicada” e 1.253 estão em alguma categoria de ameaça. “Ficha publicada”quer dizer que essas espécies já passaram por validação, e contam com informações completas na literatura especializada. Ou seja, um precioso instrumento mas pelo que se ê, ainda há muito o que fazer no setor.

O SALVE,  no entanto, permite que qualquer pessoa envie informações sobre espécies que se encontram em avaliação. As informações serão armazenadas, analisadas e poderão enriquecer o material disponibilizado para o público, após passar pela observação de especialistas. A  plataforma pode ser acessada a qualquer momento, por qualquer pessoa. E o seu  objetivo é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo, assim, para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.  Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (tanto pelo nome comum, quanto pelo nome científico) e obter dados como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, população e muito mais.

Devido à interação com os humanos, os psitacídeos – papagaios, periquitos, jandaias, araras – são disputados pelo tráfico.

No SALVE qualquer pessoa consegue se informar a respeito da situação dos nossos animais, pois 10,8 por cento da fauna corre algum tipo de risco:  quase ameaçada (2,2 por cento), vulnerável (3,2 por cento),  em  perigo (2,9 por cento), criticamente em perigo (2,5 por cento). Chama a atenção, também, o elevado grau de vulnerabilidade de nossas aves (54,5 por cento). Em perigo, elas somam 31,5 por cento, enquanto 13,6 por cento estão criticamente em perigo. Como se sabe, o Brasil é um dos países com maior quantidade de espécies de aves do mundo, porém os pássaros são os animais mais visados pelo tráfico, e que no país ocupam o primeiro lugar no comércio ilegal de animais silvestres. A plataforma traz números relativos à fauna terrestre e aquática, incluindo também os invertebrados. No caso dos vertebrados, todas as mais de 9.000 espécies conhecidas foram avaliadas. Em relação aos invertebrados, que respondem pela grande maioria da fauna, há critérios para seleção das espécies que passam pelas avaliações. Além de subsidiar a elaboração de políticas públicas de preservação, o Salve também consegue passar um panorama geral sobre a situação de cada bioma.

Para o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, a importância do projeto vai muito além da expectativa. “Agora, o nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas que essa informação seja usada como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte”, concluiu. O desenvolvimento da plataforma é fruto de um trabalho conjunto, liderado pelo (ICMBio, com apoio do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção, e é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora. Mais informações: https://salve.icmbio.gov.br/#/

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: CPRH / Acervo #OxeRecife

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