Caminhadas Domingueiras: Taxista diz que insegurança atrapalha revitalização do Centro

Como as “Caminhadas Domingueiras”  ocorrem sempre aos finais de semana, nunca em dias úteis, ficou meio complicado ouvir a população e os próprios comerciantes sobre a forma como receberam a nova sinalização da rota histórico cultural, que vem sendo implantada pelo Recentro. Também não tive nesse dia 21 de janeiro como ouvir a população quanto aos problemas de bairros como Santo Antônio, São José, Recife Antigo e Boa Vista.

Mas como motoristas de táxis são sempre um bom termômetro, decidi parar na Avenida Guararapes, ali na esquina com a  Rua Alarico Bezerra, uma das mais degradadas do Centro. Ali há um ponto tradicional de TX. Curioso, o taxista José Neto ao ver um grupo tão grande, foi logo indagando se nós éramos “turistas”. Respondi: “Não, não somos. Uma vez por mês, fazemos passeios a pé, somos do Grupo “Caminhadas Domingueiras”.

Ele foi logo dizendo que andar em grupo grande “é mais seguro”. E atribuiu a decadência do centro do Recife a um fator principal: “a violência”. Ele contou que trabalha há 34 anos na praça, e há pelo menos 15 faz ponto no local. “Dizem que o centro do Recife está se acabando porque as pessoas preferem o shopping-center, que tem ar condicionado, mas acho que o problema não é esse, o problema é a insegurança”.

E acrescenta: “Muitos dos meus clientes, minha própria família, todos gostam de fazer compras no Centro da cidade, até mesmo porque os preços são mais convidativos”. E ressalta: “ Porém a insegurança é muito grande”. Destaca que a quantidade de abordagens a pedestres e até a motorista  é espantosa. E que diariamente vê cenas de furtos, roubos, assaltos. “Vejo pelo menos um por dia, mas há dias que presencio bem uns três.Quem vive trabalhando na rua sabe o que é isso”. Aí… não tem Recentro nem Prefeitura que consigam revitalizar o centro. Primeiro, temos que ter paz. Um centro marcado pela violência é complicado para ter sua vida reativada…

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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