Está difícil andar por Casa Amarela. Minha caminhada matinal, hoje, foi sofrível. Saí da Praça Apipucos, atravessei a ponte (toda furada) sobre o Açude Apipucos, andei por parte do Bairro da Macaxeira, passei em Sítio Grande e cheguei ao Pátio da Feira, onde fica o Mercado Público do populoso bairro da Zona Norte (Rua Padre Lemos). Voltei pela Estrada do Arraial, Avenida Dezessete de Agosto, Rua Dois Irmãos. Uma bagaceira triste.
Além de montanhas de lixo que obrigam o pedestre a disputar espaço com os carros no asfalto, fiquei com a sensação de que a cidade está abandonada. Calçadas quebradas – incluindo na Avenida Norte, onde uma parte sofreu requalificação – buracos, esgotos estourados e sem tampa, um convite eterno ao tombo. Agora, o que chama atenção, mesmo são calçadas recém qualificadas, como na Estrada das Ubaias, na Rua Ana Xavier e também em um pedaço da Padre Lemos, todas no mesmo populoso bairro da Zona Norte do Recife.
É que essas pedras intertravadas, que dispensam o uso de argamassa, estão se soltando, tornando-se uma dificuldade a mais para o pedestre. Elas não resistem à chuva, porém o inverno já passou, e os buracos permanecem. Fico me perguntando se o problema é normal, ou se deve ser atribuído ao assentamento mal feito. Foi em um piso desse recém refeito, por sinal, que levei um tombo na Rua Amélia e precisei imobilizar meu pé, no final do ano passado. As pedras todas soltas, e bastou um segundo de distração para contemplar uma vitrine, que o estrago estava feito.
Então todo cuidado é pouco. Já as autoridades deveriam buscar solução que desse mais conforto e segurança ao pedestre e que não obrigasse os cofres públicos a gastar tanto dinheiro em uma mesma obra. Porque a requalificação é feita, porém menos de seis meses após concluída, o estado das calçadas é este que vocês observam nas duas fotos. Já havia chamado antes a atenção dos órgãos públicos para a situação na Estrada das Ubaias.
As calçadas requalificadas começaram a ceder logo após as chuvas de maio, junho e julho. Do jeito que estão, correm o risco de afundar, repetindo o acidente que ocorreu na Avenida Beira Rio, na Madalena, onde um rapaz caiu quando passava na calçada porque o passeio público simplesmente ela afundou, tragando o pedestre. Por sorte, o dano não foi muito grande, limitando-se a arranhões. Mas como a própria vítima ressaltou: e se fosse um idoso, uma criança ou um cadeirante?… Com a palavra a URB, Emlurb, Prefeitura. Cidadania a pé é bom e eu gosto…
Nos links abaixo, vocês podem conferir a quantas anda a acessibilidade no Recife.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife