Eles viraram mania em todos os lugares. Os chamados pisos de blocos intertravados estão em muitas capitais brasileiras, incluindo o Recife. E também em outras cidades da nossa Região Metropolitana, como é o caso de Jaboatão dos Guararapes. E os problemas viraram os mesmos em todo canto.
Esses blocos de concreto são vistos como ideais por urbanistas, arquitetos, prefeituras. E vêm sendo usados na requalificação de calçadas do Recife. Entre as vantagens, está aquela segundo a qual eles não exigem argamassa para assentamento. Pois são colocados sobre uma camada de areia, onde as pedras são “travadas” por “atrito” entre uma e outra. Mas na prática, isso não acontece.
Então, das duas, uma. Ou a propaganda é mentirosa, ou as “fôrmas” em que são fabricados os blocos não estão dentro dos padrões. Porque o que a gente mais vê na RM são pedras folgadas, soltas, pouco tempo após terem sido colocadas. O que é uma pena, pois por não exigir cimento, as pedras sobre a areia permitem a permeabilidade do solo, tão necessária durante as estações chuvosas. Sem falar, que, quando soltas, elas colocam em risco a segurança do pedestre.
No Recife, são vistos blocos soltos em muitos lugares, como já referenciamos aqui em vias movimentadas como a Rua Amélia (Graças) e a Estrada das Ubaias (que liga os bairros de Casa Forte e Casa Amarela). Na Rua Amélia, por conta dessas pedras soltas, sofri um acidente e tive que imobilizar o pé. E não foi fácil a recuperação, entre sessões e mais sessões de fisioterapia.
Nas Ubaias, uma idosa meteu nesta semana o pé em um buraco, que inclusive estava cheio de água de esgoto. O atrito da pena no cimento lhe provocou um corte. Com o pé mergulhado na água infecta, já viu o risco de infecção, não é? E o fotógrafo Genival Paparazzi me envia fotografia da Orla, na praia de Piedade, em Jaboatão, Zona Sul da RM. Como vocês podem observar, os problemas com essas pedras ocorrem em todos os lugares. “Orla de Piedade, calçada aos pedaços, faz pouco tempo que foi feito e já está com buracos”, reclama o atento Paparazzi, um incansável observador das coisas da cidade. E aí, o pedestre, como é que fica? Com a palavra, o CREA e as prefeituras do Recife e de Jaboatão.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto do Leitor / Genival Paparazzi