Puxa vida, como se não bastassem os problemas da vegetação da caatinga – secas, especulação imobiliária, criação de gado, agricultura em larga escala – infelizmente algumas áreas enfrentaram incêndios no final de semana. Foi o que ocorreu, por exemplo, no Sertão do São Francisco, onde a vegetação nativa de municípios como Sobradinho e Juazeiro, ambos na Bahia, foi atacada pelo fogo em vilarejos e distritos como Lagoa do Boi, Angico, Pinhões e Campo dos Cavalos. Fogo lá, bem pertinho do Velho Chico…. Mas, como sempre acontece no Sertão, a mobilização foi grande para debelar as labaredas.
O fogo, que teve início na sexta-feira (29/7) persistiu por todo o final de semana e só na segunda-feira (1/8), a situação estava completamente controlada. Houve dificuldade para apagar os incêndios, porque eles ocorreram em áreas de complicado acesso, com focos em regiões íngremes. O Comandante do Corpo de Bombeiros, Major Eminelvino da Fonseca Soares Neto, informou que não houve mortos nem feridos. Felizmente. Mas além da vegetação, alguns bichinhos devem ter sucumbido ao calor.
O militar informou que não foi identificada a causa dos incêndios. Ele disse que contou com a colaboração de equipamentos de empresas da região – como Agrovale e Mineração Caraíba – que cederam brigadas para combater o fogo. Segundo a Agrovale, sem a ajuda de voluntários, talvez não tivesse sido possível evitar que o fogo se alastrasse mais por Sobradinho e Juazeiro, município este que fica vizinho a Petrolina (Pernambuco). A empresa forneceu pessoal, carros pipa, máquinas tipo patrol, abafadores, água para abastecer bombas costais, auxiliando o Corpo de Bombeiros na construção de uma linha molhada. Ainda não se sabe o total da área atingida.
A Agrovale informou que, ainda nesta semana, começa a mobilizar a comunidade para o plantio de mudas de espécies nativas, como umbuzeiro, ingazeiro, ipê, jatobá, umburana e juazeiro. O objetivo é repovoar as áreas prejudicadas pelo fogo. A empresa já vem atuando em campanhas pelo plantio de mudas na região. “Preservar a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, é uma das formas de proteger valores ecológicos e também econômicos, integrando ações que visem o equilíbrio entre preservação ambiental e geração de renda, para a construção de um desenvolvimento sustentável”, afirma Thaisi Tavares, Coordenadora de Meio Ambiente da Agrovale. A empresa – que atua na produção de álcool e açúcar – tem feito várias campanhas na região para o plantio de mudas. Incluindo mobilizações educativas.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Agovale