Trecho da Avenida Dezessete de Agosto vira ponto de descarte de lixo

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Moradores do Edifício Baraúna, localizado na Avenida Dezessete de Agosto, em Casa Forte, não sabem mais a quem apelar para resolver o problema do descarte irregular de lixo na calçada do condomínio. Infelizmente no Recife é assim. Pois quando há um local onde o primeiro joga o lixo, vem uma multidão atrás e faz o mesmo. Isso acontece em todos os lugares, em bairros populares e sofisticados. Ninguém limpa, ninguém denuncia aos órgãos competentes, e quando denuncia nada acontece. Fica tudo do mesmo jeito, e o lixo permanece sendo acumulado e até se estendendo para áreas vizinhas.

É o que está acontecendo no Baraúna, que fica ao lado de velhos casarões abandonados, inclusive em um em que no passado, funcionou o Bar Pirata. Esses casarões antigos, de porta e janela, situam-se defronte ao Bar Real, um dos pontos gastronômicos tradicionais do bairro. Eles ficam à direita, no sentido cidade -subúrbio. Acontece que, ao que parece, todo mundo inclusive restaurantes e bares, passaram a jogar o lixo nas calçadas do local, em frente a edificações antigas, que ficam ao lado do Baraúna (número 1820 da Avenida). É só passar e ver. A qualquer hora do dia ou da noite, o passeio público está sempre ocupado com toda sorte de detritos: metralhas, telhas, sacos com materiais de construção, madeiras velhas, garrafas, comida podre. Hoje de manhã, a “festa” de lixo era ainda maior.

“A gente não sabe mais o que fazer nem a quem apelar. E o problema se agrava a cada dia”, afirma  Maria Amélia Almeida, moradora do Baraúna. Ela diz que com o lixo se acumulando, os carroceiros que trabalham nas redondezas (fazendo o serviço que deveria ser da Prefeitura) recolhem os resíduos em ruas vizinhas e derramam tudo na calçada onde normalmente fica até impossível transitar. Uns carroceiros despejam e outros espalham, em busca de materiais recicláveis como papelão, metais e plásticos. E como há despejo, também de lixo orgânico, tudo de quanto é bicho futuca as montanhas de podridão em busca de comida. Ou seja, se restos de comida há – em grandes quantidades – há restaurantes e bares sem fazer o dever de casa, no quesito limpeza. Aliás, isso é comum no Recife. Bem que cada restaurante poderia ter sua composteira, e separar vidros, latas, papelões para facilitar a vida dos catadores.

Naquele bairro e no vizinho Poço da Panela praticamente todos os restaurantes funcionam em casas antigas, com pequenos jardins e alguns possuem até quintais. Então, uma composteira bem feita poderia ajudar na adubação de jardins, não é? E quanto ao descarte de outros materiais devia haver lei proibindo que estabelecimentos que trabalham com alimentação e bebidas descartem o lixo todo misturado. Lixo é para ser separado, na fonte. Em minha casa  separo tudo e entrego diretamente a catadores ou em pontos de coleta. Mas infelizmente no quesito separação nem o poder público dá exemplo no Recife. É só observar o que acontece com a coleta pública na cidade.

Cenas cotidianas na Avenida Dezessete de Agosto, em frente ao Edifício Baraúna que virou ponto de descarte.

Você foi em algum coletor “ecológico”, desses  verdinhos que a Emlurb coloca em praças, ruas, parques? Não tem separação, compartimento para separar vidro, papelão, plásticos, metais. É tudo junto e misturado. Assim fica difícil incentivar a cultura do lixo separado. Quanto às metralhas é falta de educação ambiental e doméstica. Há locais para coleta desse tipo de material. As pessoas têm dinheiro para reformar suas casas mas se negam a gastar com caçamba que possa juntar esse lixo e colocar em local adequado. Isso eu vejo em todos os cantos e em todos os bairros.  Parece que falta fiscalização e multa. Aí o povo continua jogando onde não deve, porque não é punido. É preciso cidadania, não é? Mas na hora “H”, cadê, onde é que fica? Sinceramente, não devemos nos transformar, jamais, em porcos urbanos. Com todo respeito que devemos ter aos suínos…

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Maria Amélia Almeida

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2 comments

  1. Esse problema do lixo, como vc bem disse Letícia, é geral, seja bairros ricos ou periferia. Se resume em uma, EDUCAÇÃO. Triste. Perfeita a sua idéia da composteira e não tem outro caminho, fiscalização e multa.

  2. É um absurdo! Conheço bem esse trecho e o lixo toma conta das calçadas.
    Mas, infelizmente,o problema com o lixo está em rodos dos os bairros,onde você passa a sujeira impera.
    Falta de educação doméstica e de cidadania. É preciso, pois,punição com multas altas.Só vão entender quando atingir o bolso.
    Ontem ,voltando do Santa Isabel à noite, fiquei chocada com a sujeira das ruas do Hospício e Conde da Boa Vista.
    E a prefeitura não dá exemplo nem toma qualquer providência para manter a cidade limpa.
    Lamentável!

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