Plano Nacional de Imunização: Só 23 municípios pernambucanos estão em nível satisfatório

É triste, mas é verdade. Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado nos 184 municípios pernambucanos indicou que pouco mais de doze por cento atingiram nível satisfatório quanto à execução do Plano Nacional de Imunização (PNI). Isso implica em dizer que apenas 23 Prefeituras  cumpriram a missão de vacinar a população. Outras 70 atingiram nivel moderado, 71 tiveram a situação considerada grave. Enquanto a parte restante está em nível crítico. A inspeção durou 40 dias e incluiu visitas a 1.662 unidades de saúde espalhadas em todo o estado. Os auditores constataram falta de vacinas em 47 por cento dos municípios e que 68 por cento dos profissionais que atuam na área não são bem capacitados.

Os piores resultados do PNI foram registrados em Moreno e Itamaracá (na Região Metropolitana); Chã de Alegria, Xexéo e Nazaré da Mata (Zona da Mata; Canhotinho, Sairé, Toritama, Buíque (Agreste); e Orocó (Sertão).  Os índices de vacinação nestas cidades variou de 33,64 por cento a 45,81 por cento, quando o estabelecido inclusive pelo Plano Estadual de Saúde (2020-2023) era que 95 por cento do público alvo de zero a um ano tomassem vacinas Pneumocócica, Tríplice Viral, Pentavalente e Poliomelite. Já  os melhores resultados estão em   São Vicente Férrer e Carpina (Zona da Mata); Lagoa dos Gatos, Cupira, Lagoa do Ouro, Poção e Bom Conselho (Agreste); e Brejinho e Solidão (no Sertão). Entre essas cidades, o desempenho que mais chegou perto do ideal  foi em em Santa Cruz (92,81) por cento.  Nas demais, os percentuais de vacinação ficaram entre 89,92 por cento (Bom Conselho) e 91,89 por cento (Lagoa dos Gatos). O Recife não foi incluído nem entre os piores nem entre os melhores.

Segundo o TCE, a fiscalização foi motivada pela queda progressiva nas taxas de cobertura vacinal no país, fenômeno que se repetiu em Pernambuco. A auditoria foi sugerida pelo Presidente do TCU, Ranilson Ramos, que tem como uma das prioridades avaliar políticas públicas voltadas para a primeira infância. Há outros problemas. Os auditores constataram falta de vacinas em 47 por cento dos municípios. Também observaram deficiência de capacitação em 68 por cento das cidades. Em 32 por cento não é realizada vacinação em creches nem escolas. E 16 por cento das prefeituras não fazem, sequer, campanha de conscientização sobre a importância da vacinação. Tem mais: em 74 por cento das unidades vistoriadas, as doses ficam armazenas em geladeiras domésticas, 62 por cento não contam com manutenção periódica e em 72 por cento não há sequer gerador, para garantir qualidade das doses, em caso de apagão.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: TCE / Divulgação

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