Raquel Lyra cria carteira de identificação para autistas e anuncia política estadual do TEA

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Nem sempre diagnosticado com precisão e antecedência necessárias, e normalmente sem o atendimento devido na rede pública de saúde, o autismo termina virando um pesadelo para muitos pais que não sabem como encarar o problema nos filhos. Além disso, enfrentam dificuldade para conseguir acompanhamento adequado no SUS e até mesmo cobertura nos planos privados de saúde, quando se sabe que, quanto mais cedo tiver início o acompanhamento, mais chance tem o autista de desenvolver suas aptidões.

Felizmente, nos dois últimos anos têm aparecido em Pernambuco organizações não governamentais, como o Instituto do Autismo (no Recife). E até mesmo iniciativas públicas para cuidar das pessoas que possuem autismo (como a Casa Azul, em Macaparana). Também têm surgido sessões de cinema e outras diversões, contando com adaptações para que crianças e adolescentes se divirtam sem risco de estresse.  No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a Governadora Raquel Lyra (PSDB) determinou a formação de um grupo de trabalho visando a implantação da Política Estadual para Pessoa com Transtorno do Espectro Autista .

A Governadora também lançou a Carteira de Identificação de Pessoas com TEA. A carteira facilitará a vida das pacientes com o transtorno, que muitas vezes chegam a ser hostilizadas porque as pessoas não entendem o problema e revidam com agressões, como aconteceu recentemente no Rio Grande do Norte e em São Paulo. No primeiro caso, no mês de janeiro,  um jovem autista de 20 anos foi agredido por uma profissional de saúde em uma UPA, em Natal.  Em janeiro, também, a mãe de uma criança com TEA foi empurrada em um estacionamento em Valinhos (SP). Em fevereiro, uma professora auxiliar foi flagrada maltratando uma criança autista, em sala de aula, em Matão (SP). O último caso está na justiça.

A Carteira de Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA) tem  justamente o objetivo de combater a discriminação e o preconceito em torno das diferenças neurológicas e ainda facilitar o acesso de pessoas com TEA aos serviços públicos em todo o estado. Para ter acesso ao documento, é preciso fazer a solicitação através do site da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção à Violência e às Drogas (SDSCJVPD) no endereço www.sdscj.pe.gov.br.

Pai de Lucius Mel (criança de quatro anos com TEA), o servidor público Eduardo Ribeiro recebeu das mãos da governadora a primeira Carteira de Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Ele destacou que esse é um avanço nas políticas que visam atender essa população. “Esse documento vai facilitar a quantificação das pessoas com autismo e possibilitar ações efetivas. Ainda é um longo caminho, temos uma jornada que tem como principal demanda o acolhimento adequado dos espaços públicos para atender nossos filhos”, disse.

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Texto: Letícia Lins /#OxeRecife
Foto:  SEI / Divulgação

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