Quais bordões sobraram da campanha eleitoral? Eles rendem voto?

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Encerrado o período de propaganda eleitoral gratuita, alguns bordões ficaram na lembrança do eleitor. Mas será que eles serviram para atrair voto para os candidatos à Prefeitura do Recife? Nem sempre. Se forem analisados os números até agora divulgados, a memorização de slogans e frases de efeito da campanha podem, em alguns casos, não terem servido para nada. Ou acrescentado muito pouco.  Ou seja, ter bordão  repetitivo até cansar não quer dizer ganho na urna. Alguns deles parecem que não funcionaram, deixaram dúvidas e não colaram. Você lembra deles? Veja alguns bordões que tentaram “colar”  como “tatuagem” na cabeça do eleitor.

Daniel Coelho mostrou exaustivamente o “Recife sem filtro”, mas estratégia parece não ter dado voto

Daniel Coelho (PSD) – “O Recife sem filtro” funcionou? Com o bordão, o candidato pretendia desmascarar a situação da capital pernambucana, gerida pelo Prefeito João Campos (PSD), candidato à reeleição. Segundo Daniel, o Recife “sem filtro” tem miséria, excesso de população de rua, desemprego, morros esquecidos pela gestão socialista. Nestes, João diz ter entregue três obras por dia. O Recife sem filtro não pegou, pois Daniel aparece com apenas três por cento das intenções de voto, na última pesquisa eleitoral, divulgada pela Quaest.

Gilson Machado (PL) – “Muda o Recife, muda Pernambuco e porque não dizer o Brasil. É só votar na direita que a direita volta”. Frase do ex-Presidente Jair Bolsonaro, principal cabo eleitoral do ex-Ministro do Turismo e candidato a Prefeito do Recife. Machado pode mudar o Brasil em quê?  A frase pode até ter atraído a direita, mas o eleitorado do Recife é tradicionalmente de esquerda. O candidato diz que o Recife é governado por um “comunista” e compara o Prefeito ao ditador da Venezuela, Nikolás Maduro. Puro exagero, nada a ver. Até porque o Prefeito está longe de ser comunista, pois do ponto de vista ideológico se define como de “centro esquerda”. Daí para ser comparado a ditador… Gilson também diz que o Recife corre o risco de ser administrado por um desconhecido, caso João Campos precise de desincompatibilizar em dois anos, para disputar um outro cargo eletivo. O vice de João pode até não ser tão conhecido. Mas alguém lembra o nome da vice de Gilson Machado? Quem é ela mesmo? Você lembra? Com o apoio da besta fera, Gilson tem 11 por cento das intenções de voto pelo mesmo Quaest.

Dani Portela promete o Recife com “nossa cor”. Qual a cor do Recife? Candidata do PSOL se saiu bem na oposição

Dani Portela (PSOL) – “Queremos o Recife com a nossa cor”, foi uma das frases mais usadas pela candidata do PSOL. O que é, afinal, o Recife “com a nossa cor”? Qual a cor do Recife? A “nossa cor” é a cor da pele ou a cor da cidade? Pois a candidata sempre fala que pela primeira vez o Recife pode ter uma prefeita mulher, assim como a vice, ambas negras. Faltou explicar  o que é o “Recife com nossa cor”.  Afinal, a população do Recife tem muitas cores. As outras cores ficam de fora da gestão? Apesar disso, Dani cumpriu muito bem o seu papel, nas ruas, nos debates, e soube expor as mazelas da gestão socialista com muita seriedade e sem as molecagens e baixarias de Gilson Machado, no qual sobrou verbo mas ficou a dever em consistência. Resultado: Gilson foi punido 320 vezes pelo TRE, de acordo com levantamento feito pelo PSB. Dani tem três por cento das intenções de voto, segundo a Quaest. Mas sai da campanha maior do que entrou.

Técio Teles (Novo) – “Sou um candidato de direita na economia, mas da direita lúcida”. Qual a direita pouco lúcida e inconsequente  à qual o candidato se refere? A de Gilson Machado, de Bolsonaro? De quem, enfim?  No Recife, parece que a direita prefere a direita não lúcida. Pois Gilson Machado tem 11 por cento das intenções de voto. O candidato da “direita lúcida” aparece com um por cento das intenções de voto na Quaest.

Gilson Machado (PL), à direita, recebeu apoio de Bolsonaro, seu principal cabo eleitoral. “Mudar o Brasil”. Como?

João Campos (PSB) – “O cara que faz tá pronto pra fazer mais”. Com campanha impecável  e dinâmica no rádio, na TV, e redes sociais, o prefeito do Recife, candidato à reeleição, se identificou como um “fazedor”, o perfeitinho… Midiático e cheio de carisma, ele soube capitalizar os feitos da gestão, marcou presença nas ruas durante os quatro anos e não só à véspera da eleição (ao contrário do seu antecessor, Geraldo Júlio, que só saía do gabinete para inaugurar uma ou outra obra). À frente da Prefeitura por oito anos, GJ fez uma administração desastrosa.  Sofrível mesmo. Qualquer sucessor que fizesse uma gestão um pouquinho melhor, já teria algum destaque. E a marca da gestão de João está em todos os lugares: no morro, no asfalto, na beira-mar, em praças revitalizadas. Mas permanece batendo na trave, quando o assunto é o centro do Recife. Mesmo assim, a  estratégia do fazedor e de que vai “fazer mais” parece que colou. João deve ser eleito no primeiro turno, se confirmados números das pesquisas eleitorais.Vamos ver a segunda gestão no que vai dar….

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação PSB/PSOL / PSD

One comment

  1. Excelente matéria, Letícia.

    Depois de GJ….
    Mas o Prefeito trabalhou, isso é fato.

    Não só o Centro mas desde a Boa Vista, a cidade precisa de mais atenção. Está entregue ao abandono.

    Dani Portela “saiu maior do que entrou”.
    Concordo e estou na torcida para que seu nome cresça sempre mais.

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