Muitas críticas, poucas propostas e, quando sugeridas, escassas palavras para explicar como executá-las. Foi assim o debate entre cinco candidatos à Prefeitura do Recife, transmitido hoje pela TV. E quatro elegeram o Prefeito João Campos (PSB) como alvo de críticas. O socialista está com larga vantagem sobre os demais nas pesquisas eleitorais e, se confirmados os números, deve ser eleito já no primeiro turno. Ele conseguiu driblar os ataques, porém deu resposta insatisfatória sobre saneamento, um dos mais graves problemas do Recife,sem grandes avanços nos quatro últimos anos.
João Campos teve sua atuação como Prefeito atrelada a doze anos de PSB principalmente por Gilson Machado (PL), Daniel Coelho (PSD) e Técio Teles (Novo). O antecessor de João Campos na Prefeitura, Geraldo Júlio (PSB) fez administração sofrível, e por esse motivo os outros candidatos decidiram culpar o seu partido pela situação da cidade, e não apenas o candidato à reeleição,cuja gestão é aprovada por mais de 80 por cento da população. Citaram o déficit de habitação, a falta de saneamento, o mau serviço nos postos de saúde e as 150 mil pessoas que vivem abaixo abaixo da linha de pobreza na capital. Segundo Gilson Machado (PL), o Recife tem uma das maiores taxas de desemprego do Nordeste, é uma das mais violentas capitais do país e o excesso de burocracia atrapalha o empresariado. “Por esse motivo, João Campos vai ser demitido”, disse o candidato do PFL.
Daniel Coelho acusou o Prefeito de mostrar uma cidade irreal para os eleitores, através da propaganda. Mas encurralou João Campos mesmo foi ao questionar o Prefeito sobre saneamento. Daniel lembrou que o Recife não avançou na questão do saneamento básico, pois apenas 40 por cento das habitações da capital pernambucanas da capital têm esse tipo de serviço, enquanto em Salvador esse percentual seria de 88 por cento. “Temos investimentos importantes. Há R$ 250 milhões sendo investidos na maior operação de crédito com componente para urbanização dessas áreas”, disse João. Resposta incompleta e insatisfatória. O Recife precisa, urgentemente, de saneamento. Do jeito que está, não pode mais ficar, e os agentes públicos continuam empurrando o problema com a barriga. E os rios e canais do Recife são hoje verdadeiros esgotos a céu aberto. Ou seja, a cidade que foi cem por cento saneada no século passado, sofreu um retrocesso imenso nessa área. E não há perdão para um descalabro desse….
Gilson Machado e Daniel Coelho citaram “escândalo das creches”, batendo em assunto que movimentou o horário eleitoral gratuito. Segundo João, são tantas as mentiras nessa área, que Gilson Machado, seu principal acusador, vem sendo constantemente punido pela Justiça Eleitoral. Nada menos de “303 vezes”, segundo João Campos. “O campeão nacional de punições por divulgação de notícias falsas”. O Prefeito disse que segue o que os editais determinam, inclusive respeitando o modelo do Governo Federal. Houve críticas ao transporte público, ao trânsito congestionado do Recife, à insuficiência de medidas para combater a fome e o desemprego.
Gilson Machado acusou o Prefeito de gastar R$ 750 milhões para propaganda e de pagar “cachê de R$ 600 mil para uma banda de fora se apresentar no carnaval”. De acordo com ele, João Campos gastou mais na festa e em bufê para convidados do que em programas de combate à fome. Técio Teles (Novo) se apresentou como o “candidato da direita na economia, mas da direita lúcida” e criticou o fato do PSB ter transformando o Recife em “capitania hereditária”. Gilson se mostrou como candidato “contra a esquerda”, prometeu mudar o perfil do Recife e revitalizar o centro e os mercados públicos com “shows de segunda a segunda” com artistas locais. Medida pouco eficiente para salvar o centro da cidade. Parece piada.
Daniel insistiu na manjada tese de que o Recife se mostra “com filtros” na propaganda, mas que a realidade é bem pior. As melhores frases da noite, no entanto, ficaram com Dani Portela (PSOL), embora ela não tenha conseguido apresentar propostas consistentes. “Precisamos varrer o bolsonarismo para o lixo da história”. E ao repudiar a sugestão de armamento da guarda municipal lembrou que a maior parte de pessoas assassinadas no Recife são pobres e negras. “O que o Recife precisa é de inteligência e não de truculência”. No geral, o debate foi civilizado. Mas morno. Gilson Machado pareceu um cão raivoso, Daniel ficou no ataque, Tércio na auto explicação, Dani no meio de campo. E João na defensiva,claro Foi isso.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação PSB