Mãe de duas crianças e cientista social, Camilla Rocha é bisneta do povo de Jurema e pesquisadora em saúde ginecológica autônoma e natural. Também contribui com a propagação de conhecimentos sobre a temática através de rodas de mulheres e atendimentos individuais sobre o sagrado feminino, direitos das mulheres, feminismo, ecologia, arte, ancestralidade e cultura popular. Com mais quinze anos de pesquisa antropológica sobre parto e nascimento e após uma década de fotografias de parto humanizado, ela agora mostra exposição fotográfica sobre o assunto: Parto Ritual , para comemorar os dez anos do seu Estúdio Materne. A abertura da mostra será realizada na sexta-feira, 1º de dezembro, no Museu Murillo La Greca, das 17h às 21h, com entrada é gratuita. A artista Flaira Ferro participa da festa de abertura da mostra.
Camilla tem estudos acadêmicos e populares em encontros de raizeiros, benzedeiras e parteiras. “Os índices de mortalidade materna nos países em desenvolvimentos ainda são alarmantes, bem como a violência contra a mulher. Os conhecimentos tradicionais e ancestrais, que ajudam a fortalecer o feminino, podem ter um impacto positivo grande em toda sociedade”, afirma.“O parto é um acontecimento biológico, social, cultural, político e também um ritual, no qual se expressam os valores de cada sociedade ou grupo social. Não há sociedade em que o parto e o nascimento não sejam tratados como um momento de mudança para a mulher, a criança e a família, isso é observado pela antropóloga Brigitte Jordan”, lembra.
A mostra tem o objetivo de promover reflexão e discussão sobre o protagonismo feminino nos partos e educar sobre a diferença entre parto humanizado e assistência comum, muitas vezes considerada traumática para as mulheres. Além da mostra fotográfica, também será realizada uma roda de conversa com profissionais da área de saúde na abertura da exposição. No Murillo La Greca, a roda será às 18h30. Contará com a participação de Thiago Saraiva (médico ginecologista e obstetra); (Cinthia Komuro (médica ginecologista e obstetra e diretora do Hospital da Mulher do Recife; Rosinha Aciol (enfermeira obstreta e pateria urbana, coordenadora do núcleo de obstetrícia do grupo Cefapp); doula e terapeuta da mulher, Mariana Dornellas (doula e terapeuta da mulher).
O Murillo La Greca será a primeira parada da exposição itinerante. Depois de 30 dias, Parto Ritual poderá ser conferida em um novo espaço. Três parques públicos do Recife vão abrigar a coleção de 15 fotografias em momentos diferentes, sempre de forma gratuita. “Parto Ritual celebra os 10 anos de acompanhamento fotográfico de partos humanizados que tenho realizado por meio do Estúdio Materne. Já foram mais de 56 partos, que foram planejados para serem naturais, que fotografei. Houve diversos desfechos para cada um deles: domiciliares, hospitalares, naturais, normais e cesarianas também”, explica Camilla Rocha. “Os partos nos quais trabalhei sempre estiveram dentro dos valores da humanização recomendados pela Organização Mundial de Saúde, priorizando o protagonismo da mulher e lembrando da importância do parto vaginal”, acrescenta.
Todas as exposições do projeto contarão com audiodescrição para promover acessibilidade às pessoas com deficiência visual. Além disso, intérpretes de LIBRAS vão atuar nas rodas de conversa e durante o pocket show, auxiliando a compreensão de pessoas com deficiência auditiva. Os lugares escolhidos para a realização de Parto Ritual também são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. O conjunto de exposições Parto Ritual é coordenado pelo Estúdio Materne e produzido pela Cabocla Produção. Incentivo: Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Secretaria de Cultura do Recife, Prefeitura do Recife.
Abaixo, você confere mais informações sobre iniciativas artísticas que dizem respeito à Mulher
Leia também
Na Argentina de Javier Milei, um réquiem para Soledad Barrete assassinada na ditadura brasileira
Mulheres viram atrizes ao levar peripécias para o palco após oficinas terapêuticas
Peça sobre Soledad Barret, assassinada grávida pela ditadura, em temporada na Espanha
Mulheres: Desalinho, ensaio sobre mim movimenta o SESC Casa Amarela
Acervo Recordança mapeia profissionais de dança com algum tipo de deficiência
Grupo Totem faz noite de performances no Centro Luiz Freire
Coletiva Mãe Artista faz seminário sobre maternagem
Coletivo Lugar Comum transfere espetáculo “Segunda Pele” do palco para o mundo virtual
Coletivo Lugar Comum leva Cicatriz ao Teatro Hermilo Borba Filho
Mulheres ganham ruas e palcos com Mostra Teatral Rosa dos Ventres
O resgate do corpo ancestral
Entranhas e estranhas marcas: Dança, fêmeas, cicatrizes
Oficina gratuita para mulheres sobre iluminação cênica e moveres do corpo
Mostra Obinrin-Kunhã exibe danças populares apenas por mulheres
Acervo e memória da dança em Pernambuco
Entranhas e estranhas marcas: Dança, fêmeas, cicatrizes
Relacionamento abusivo vira espetáculo de dança “Eu Mulher”
Quando a dor do câncer vira dança
Violetas da Aurora em movimento
Maracatu rural: as mulheres guerreiras
A única mestra de maracatu
Cecília Brennand festeja mais um acerto do Aria Social com homenagem a Capiba
Capiba: Pelas ruas eu vou volta ao palco do Teatro Santa Isabel
Depois de arrebatar 75 prêmios, A Cor Púrpura faz temporada no Teatro do Parque
Sucesso leva Orquestra Sinfônica do Recife a repetir concerto com a Maestrina Rosemary Oliveira
Movimento Internacional Banco Vermelho contra feminicídio chega ao Recife
Murillo La Greca inaugura exposição coletiva à noite: A pele no infinito
Serviço:
Abertura da Exposição fotográfica Parto Ritual – 10 anos de Estúdio Materne
Local: Museu Murillo La Greca. R. Leonardo Bezerra Cavalcante, 366 – Parnamirim, Recife
Data: 1º de dezembro, sexta-feira
Hora: 17h às 21h
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Camilla Rocha – Estúdio Materne