É uma pena que no início da Semana Mundial do Meio Ambiente, o Recife se defronte com tanta devastação em seu patrimônio verde urbano. No último sábado, durante minha caminhada matinal, percebi que o número de erradicação de árvores no entorno da Ponte Jaime Gusmão – que ligará os bairros de Monteiro e Iputinga – é maior do que eu pensava.
Por brechas dos tapumes das obras de requalificação da Praça do Monteiro, que fica em frente ao Colégio Silva Jardim, deu para perceber o clarão que deu lugar ao sombreamento antes ali existente. Infelizmente não tive como ingressar na área fechada, para fazer o levantamento das perdas, com base nos toquinhos que sobraram que denunciam a ação da motosserra insana, e que nos permite fazer o levantamento dos arboricídios da cidade.
O #OxeRecife já havia detectado pelo menos cinco erradicações nos canteiros de obras, que ficam às margens da Rua Apipucos, no qual está a Praça, que é vizinha às vias de acesso à futura ponte. Em obras, a Praça também já perdeu árvores adultas. Assim como o Condomínio Hilson Macedo, que teve que ceder parte de sua calçada à via asfaltada que dará acesso à Jaime Gusmão. Segundo informações oficiosas, o Prefeito João Campos (PSB) quer que a entrega da ponte ocorra no início de julho.
Talvez seja por esse motivo que haja tanta gente trabalhando até nos finais de semana. Passei por lá no sábado, quando foram constatados restos de pó de serra que indicam que três árvores ali plantadas na calçada daquele condomínio sumiram do mapa. Segundo moradores locais, ao todo já desapareceram no mínimo cinco, entre as que ficavam em vias públicas e as que estavam em quintais de casas que foram destruídas pelas máquinas.
Nos links abaixo, você confere outros arboricídios na região onde a Ponte Jaime Gusmão vem sendo implantada.
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife