Pensem em uma situação triste. Noticiar a pilhagem do patrimônio artístico do Recife. Mal acabei de publicar a postagem sobre o furto das placas do obelisco da Praça do Pirulito e ao lado do Forte das Cincos Pontas- e também do busto de Frei Caneca – e já há uma outra subtração nas ruas da cidade, para o #OxeRecife denunciar. Estão vendo essa graciosa estátua na foto acima? Também foi roubada. E com baú e tudo!
É chamada “O Mascate” e estava na Avenida Dantas Barreto, bem pertinho do Camelódromo, desde 1994. Pois ela também sumiu como, aliás, tornou-se fato comum na nossa capital, sem as autoridades tomem uma providência enérgica para evitar essa bagaceira. Que horror! Se a moda pega… Segundo um levantamento feito pelo Fórum Arte Pública realizado no Recife, a nossa cidade tinha cerca de 211 esculturas, em 2017. E mais de 50 ficam no centro. Desde então, o número aumentou.
Há poucas informações sobre “O Mascate”. Mas de acordo com publicação anterior ao furto, nas redes sociais do historiador e turismólogo Bráulio Moura, ” a peça foi feita poe Honório Peçanha, da Fundação Mestre Liboredo, do Rio de Janeiro”. E “apresenta um mascate, vendedor de porta em porta, muito comum no Recife até os dias de hoje”. Um dos criadores dos 300 roteiros ofertados pelo Projeto Olha! Recife, Bráulio costuma postar informações curiosas sobre o Recife na Internet.
A escultura foi instalada naquela avenida pela Fecomércio, em homenagem aos comerciantes do Recife. Muitos iniciaram suas vidas como mascates, ambulantes ou sacoleiras, no caso das mulheres. Até o momento, a Prefeitura ainda não se pronunciou sobre mais essa pilhagem, no tradicional bairro de São José. Como vocês podem observar, além de totalmente emporcalhado por vândalos, o pedestal de “O Mascate” está vazio. Sumiu o personagem e seu baú. O #OxeRecife apurou que a carinha do Mascate era de bronze e provavelmente teria sido esse o motivo que festa a estátua sumir. Bronze e ferro viraram materiais cobiçados por quadrilhas que atuam nessa área. Cadê o Recentro, a guarda municipal e a polícia?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos do leitor e Internet