Lixo Zero vem aí. Será?

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Lixo Zero. Será que existe? Há quem garanta que sim. Isso porque há cidades onde o lixo é totalmente aproveitado. Os detritos orgânicos são transformados em adubos, enquanto os recicláveis são totalmente reaproveitados. Parece utopia, mas existe. Em Pernambuco, infelizmente ainda existem lixões. E no Recife, é só o que a gente vê no meio das ruas, nas calçadas, nos terrenos vazios: metralhas, animais mortos, garrafas pets, tralhas.  Até nos rios.

Com a pandemia, as casas de eventos estão sem funcionar. Mas lembro-me que antes da Covid-19 era difícil caminhar pelas calçadas da Avenida Dezessete de Agosto, que era um corredor de festas. Todas as casas de recepções, restaurantes, bares, não separavamm o lixo. De manhã, as calçadas ficavam cheias de caixas de papelões, latas, garrafas, tudo misturado. Custava nada separar? Facilitaria, e muito, a vida de um batalhão de pessoas que logo cedo se davam ao trabalho de separar o que poderiam utilizar para vender: papelões, metais e plásticos. Impressionava, também, a quantidade de garrafas de vidro descartadas. O preço do vidro está baixo e a “mercadoria” não interessa mais às cooperativas de catadores. Um bom assunto, pois, para se discutir no encontro.

Esta é uma cena comum no Recife, seja em bairros mais populares quanto nos sofisticados: lixo sobrando .

Por conta daquela e outras, é de se comemorar que Pernambuco vá sediar o Congresso Internacional Metrópoles Lixo Zero (Zero Waste Metro Cities). Parceria para realização do evento foi fechada nesta semana, entre o Governador Paulo Câmara (PSB) e representantes do Instituto Internacional para Meio Ambiente ((cima) e Lixo Zero Brasil  (ILZB).

O encontro ocorre em novembro de 2021, de forma híbrida (presencial e virtual). E tem como objetivo debater alternativas internacionais, nacionais e regionais de redução ao máximo do descarte de materiais e o impacto ambiental causado pela geração de lixo. O  público-alvo do congresso são gestores públicos estaduais e municipais, parlamentares, gestores de entidades, empresários, educadores e cidadãos. A ideia é unir esses atores para acelerar a organização social e a estrutura econômica visando atingir o objetivo do Lixo Zero. “A realização de um evento como esse faz com que a gente pense na mudança”, destaca o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti. De acordo com o ILZB, o conceito do Lixo Zero busca guiar, por meio de metas éticas e econômicas, a mudança no modo de vida das pessoas, de forma a incentivar os ciclos naturais sustentáveis. Nesse contexto, todos os materiais são projetados para permitir sua recuperação e uso pós-consumo.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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