Lembram de Roberto Alvim, que era Secretário de Cultura no Governo de Jair Bolsonaro e que virou polêmica nacional e internacional, ao repetir trecho de um discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista? A pressão da opinião pública foi tão grande, que não restou ao ex-capitão outra iniciativa a não ser afastar o seu assessor, com o qual tinha grande afinidade ideológica.
É estranho, portanto, que o slogan principal do Presidente e candidato à reeleição seja tão parecido com os apregoados por Hitler, e que ninguém diga nada. E não precisa ir até à Alemanha não, para observar os pontos em comum. Basta dar uma garimpagem nos livros de história, para se perceber a semelhança não só nas práticas, mas também no discurso. Veja só esse panfletinho abaixo.

Esse panfleto foi da “Associação Brazil Livre”. O papel está amarelado pelo tempo, já que foi publicado em 1938. Vejam acima a suástica, e logo depois uma “contribuição”, que deveria ser transformarem decreto lei, “visando impor ‘restricções’ aos de raça, fé, ascendência e descendências judaicas”.
E o que é que tem ao redor da suástica? “Deus”, “Pátria”, “Família”, três palavras que no Brasil da década de 30 do século passado formavam o slogan do integralismo, movimento de inspiração fascista, que teve como líder Plínio Salgado. E que foram ressuscitadas pelo bolsonarismo. Aliás, bolsonarismo, não. Como lembra Leonardo Boff, os nomes mais adequados seriam “extrema direita” ou “fascismo tropical”, todo esse clima de ódio e afronta às instituições republicanas do Brasil.

Pois então, atentem, também, para esses cartazes que eram colados em muros, na Alemanha nazista: “Deutschland über Alles”está em todos os lugares, ao lado da suástica. A frase quer dizer “Alemanha acima de tudo”, o slogan do nazismo. Qualquer semelhança com “Brasil acima de tudo” é mera coincidência. De onde veio, afinal, essa inspiração para o slogan brasileiro?
É por esse motivo que, no segundo turno, todo mundo precisa pensar muito. Diz o ex-capitão, que ele é o “bem”, e que o Brasil precisa se livrar do “mal”, representado pelo outro lado. Mas afinal, o que é a encarnação do bem? É quem se inspira em Hitler? Lembrem-se que a besta fera da Alemanha chegou ao poder por eleição e fez o que fez. Então, é fazer esforço para evitar que o Bozó seja reeleito.

No Brasil, se a outra besta fera votar ao Brasil, ele tem maioria no Senado e na Câmara, para fazer o que quiser. Desde decretar Estado de Sítio até sabotar o Supremo Tribunal Federal, a Corte que vem tentando coibir e controlar excessos, e contra a qual há uma campanha de ódio nas redes sociais, com ameaças inclusive os ministros, mas que são definidas como “liberdade de opinião” por Bolsonaro e seus seguidores. Então pensem, pensem bastante. Conquistamos a duras penas a nossa democracia, e esperamos que – em 30 de outubro – o eleitor brasileiro escolha a paz em vez do ódio, manutenção do nosso estado de direito, a preservação de nossas florestas, o estado laico.
Abaixo, veja vídeo com algumas das ameaças já feitas por seguidores do ex-capitão, a Ministros do STF. Será que isso é liberdade de opinião?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Internet / redes sociais
Vídeo: TV Justiça
Tempos sombrios, povo ignorante. Parabéns pela matéria, Letícia.
E o número 22 representa a cruz suástica em forma de numeral. 22 = SS
Não é coincidência!