Esse ano – 2024 – provavelmente é o ano de Lia. Aliás, todos os anos são de Lia, Lia da Ciranda, aquela que vive de cantar e dançar, seguindo o “movimento das ondas do mar”, como ela mesma gosta de apregoar. É que Lia acaba de ser anunciada como uma das pessoas homenageadas pelo Governo de Pernambuco, durante o próximo carnaval. A cirandeira, no entanto, já é a grande homenageada do carnaval 2024 do Recife e ainda será enredo de duas escolas de samba: uma em São Paulo (Nenê da Vila Matilde) e outra no Rio de Janeiro (Império da Tijuca).
Viva, portanto, à nossa Lia da Ciranda, que colhe os louros de tantos anos de estrada e de toda uma vida dedicada à cultura popular. Além de Lia, o Palácio do Campo das Princesas escolheu dois outros artistas para reverenciar em 2024. Claudionor Germano, o intérprete de frevos mais tradicional do Recife e que, como Lia, é também um Patrimônio Vivo do Estado. Porém tem mais, um terceiro homenageado. É o cantor Alceu Valença, de tantos carnavais, e figura obrigatória nos palcos de Pernambuco, do Brasil, do mundo.
“O Carnaval de Pernambuco deste ano será uma linda e grande festa que vai reverenciar a história de artistas que contribuem para Pernambuco, para o Brasil e para o mundo. Lia de Itamaracá, Claudionor Germano e Alceu Valença representam o encanto na nossa cultura e vão abrilhantar ainda mais o nosso Carnaval, assim como fizeram em todas as suas trajetórias. Por isso me sinto muito feliz e honrada por ter feito esse convite e por eles terem aceitado serem os grandes homenageados, destaca a governadora Raquel Lyra (PSDB).
Alceu Valença, todo mundo conhece. Cantor, compositor e cineasta brasileiro que surgiu como expoente da geração da música nordestina, nos anos 70, sendo um dos primeiros a promover a união do som nordestino com a guitarra elétrica – no conhecido movimento musical “udigrudi”. Nascido na cidade de São Bento do Una, no Agreste Central de Pernambuco, no dia 1º de julho de 1946, carrega na bagagem uma obra composta por mais de 30 discos, em quase cinquenta anos de carreira, e canções consolidadas no campo afetivo como Anunciação e Tropicana.
O cantor Claudionor Germano da Hora nasceu no Recife, no dia 10 de agosto de 1932, e hoje está com 91 anos, a maior parte deles dedicados à interpretação de canções de frevo. Famoso pelo trabalho como intérprete de Nelson Ferreira, foi de Capiba que ele gravou o maior número de composições – 132 músicas somente deste compositor, num total de 553.
Lia de Itamaracá nasceu na ilha do Litoral Norte pernambucano no dia 12 de janeiro de 1944 e desde cedo é cheia de familiaridade com a música e a dança, em especial com a ciranda. A artista comanda as atividades do Centro Cultural Estrela de Lia, onde são oferecidas oficinas culturais e diversas apresentações artísticas. Hoje, é um dos mais representativos nomes femininos da música brasileira e, por essa razão, recebeu títulos como o de doutora honoris causa da Universidade Federal de Pernambuco, em 2019; e o de Comendadora da Ordem do Mérito Cultural, pela Presidência da República, em 2004.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Felipe Souto Maior (Lia); Jan Ribeiro (Alceu e Claudionor)/ Divulgação/Secult-PE/Fundarpe