“Retábulo de Santa Joana Carolina”, de Osman Lins, vai virar filme em 2025

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Em meio à finalização do filme “Recife Assombrado 2- A maldição de Branca Dias”, o professor, escritor, ator, e diretor de cinema e teatro, Adriano Portela, acaba de dar uma boa notícia. Deve iniciar, ainda em 2024, as filmagens de “O Retábulo de Santa Joana Carolina“, inspirado em uma narrativa do livro “Nove, Novena”,  de Osman Lins (1924-1978), cujo centenário começa a ser comemorado nessa terça-feira, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

É que a Unicap sedia a vigésima sexta edição da Semana de Estudos Linguísticos e Literários, que em 2024 é inteiramente dedicada à obra do escritor pernambucano. Adriano fez a revelação durante conferência sobre o autor de “Avalovara” na Academia Pernambucana de Letras, em evento organizado pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Ele acredita, no entanto, que a produção poderá estar concluída e pronta para ser exibida só em 2025. É que por enquanto tem que finalizar o Recife Assombrado 2, que foi gravado no último mês de março.

Osman Lins, que era meu pai, costumava dizer que algumas obras dele não dariam filme, porque teria difícil adaptação para as telonas. Mas Adriano há tempo se dedica a estudar sua produção audiovisual em vida,  que foi limitada a três casos especiais para a TV Globo: A Ilha no Espaço, Marcha Fúnebre e Quem era Shirley Temple? A peça “Lisbela e o Pisioneiro“, que estourou nas telas de cinema e Tv de todo o país foi transformada em filme pelo Diretor Guel Arraes, em 2003. Ou seja, 25 anos após o falecimento do romancista. Criador da Escola Cobogó das Artes, Adriano já encenou várias vezes no Recife “Lisbela e o Prisioneiro“, sempre com casa cheia. E também no interior de Pernambuco.

“Sim, o Retábulo de Santa Joana Carolina vai virar filme, uma missão difícil, mas prazerosa. Foram inúmeras leituras do Retábulo, diversos rascunhos do roteiro, até chegar ao primeiro tratamento”, diz  Adriano. “Chorei quando acabei de escrever o primeiro tratamento do roteiro, lágrimas de alegria”, confessa. Ela afirma que ter terminado essa tarefa inicial lhe deu “a sensação de dever realizado comigo mesmo”. E completa, “Primeiro desafio vencido”. Pessoalmente, acho mais fáceis de transformar em filmes algumas peças (como foi o caso de Lisbela), seus casos especiais, o romance “O Fiel e a Pedra” e também contos de “Os Gestos”. Mas Adriano preferiu o desafio.

“Meu pai costuma dizer que ninguém conseguiria fazer um filme com o romance Avalavora, por exemplo”, comentei com Adriano.  “Eu não sei o que ele achava, mas adaptar Avalovara é um ato de insanidade, hehehe”, diz ele bem humorado. Em todo caso vamos aguardar. E lembrem-se. Hoje começa na Unicap a semana de estudos dedicada a Osman Lins, comemorativa do seu centenário. O encontro acontece a partir das 18h30, no auditório G1 daquela Universidade. Vamos lá?

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Gley Paes/ Cobogó das Artes

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