Lindo, quase defronte ao Parque de Esculturas de Francisco Brennand e muito bem localizado, em área turística, no bairro do Recife Antigo. Este é o Armazém 13, antigo local para guardar mercadorias desembarcadas no Porto da cidade, e hoje ocupado pelo Grande Recife Consórcio de Transportes. Por fora, vidraças reluzentes. Por dentro, sujeira e podridão. Pelo menos é o que se deduz ao sabermos que o prédio está infestado de baratas e escorpiões, que vêm infernizando a vida dos 400 funcionários que ali trabalham. Só na manhã dessa segunda-feira (2/12), seis indivíduos da espécie (“Tytyus serrulatus”), tão perigosa para o corpo humano, foram encontrados na repartição.
Aliás, baratas e escorpiões estão não só infernizando, mas ameaçando a saúde dos servidores, já que são insetos nocivos. E um deles, o escorpião todos sabem, é bem peçonhento. Pasmem: desde que a empresa passou a funcionar nesse endereço, nada menos de 548 escorpiões já foram encontrados no local de trabalho. Vivos, em sua grande maioria. E cada um imenso, do tamanho de um “elefante”, se me permitem a hipérbole. É para morrer de preocupação ou não é? Até porque uma picada do aracnídeo pode ser fatal, dependendo da “dosagem” liberada de veneno e da estatura da vítima. Quanto menor e mais leve, maior o risco.
Ninguém tem sossego. O insetos aparecem no ambiente de trabalho, nas mesas, nas gavetas, nos computadores, nos cantos de parede, no meio de documentos. Pior, muitos estão caindo do “céu”. Ou melhor, do teto da repartição. É bronca, não é? Imagina, você trabalhando e um escorpião cai na sua cabeça…. O Governo até que se mobilizou, colocando aviso de “cuidados” e “prevenção”, e mandou dedetizar o prédio, porém o “ninho” é mais embaixo. Ou melhor, mais em cima. “Eles só fazem a dedetização. Mas não vão direto ao foco que no nosso entendimento, fica no forro do salão, pois é do teto que os insetos caem. Outro dia, quase caiu um na cabeça de uma colega. E recentemente colocaram um aviso para os empregados”, afirma Vera Lúcia Lins Bezerra, Presidente da Associação dos Empregados do Consórcio. “Nós achamos que tem que remover o forro, para achar o foco, e fomos informados que a empresa que faz a dedetização fez essa recomendação, mas que o Consórcio não acatou”.
O caso já foi difundido na imprensa, e denunciado à Vigilância Sanitária, ao Ministério Público do Trabalho e também à Delegacia Regional do Trabalho. “Mas infelizmente nada acontece”, reclama ela. Por esse motivo, o #OxeRecife está engrossando o “balaio” de denúncias.
Relatório de ocorrência interno, mostra que desde meados do primeiro semestre – quando o Consórcio Recife passou a funcionar no local – 548 escorpiões já haviam sido encontrados. Com os seis de hoje, já são 554. “A frequência é de quatro escorpiões por dia”, afirma o documento, que lista seis departamentos da repartição onde eles são mais frequentes. O documento reconhece o papel do inseto na natureza, mas lembra que ele é muito nocivo aos humanos, pois sua picada pode incorrer em risco de vida para crianças e idosos. De acordo com funcionários ouvidos pelo #OxeRecife, a dedetização não foi suficiente para debelar a praga, porque os ninhos não foram destruídos. Como se sabe, escorpião marca presença onde há muitas baratas, pois estas são o alimento predileto deles. Conforme os servidores, há sim muitas baratas no local, “grandes e pretas”. O #OxeRecife aguarda posição do Consórcio Recife.
O vídeo abaixo foi enviado por servidores do Consórcio Recife de Transportes. Nos links, você tem mais informações sobre escorpiões e outros insetos.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos e vídeo: Associação de Servidores do Consórcio Recife de Transportes
Um inacreditável absurdo. A pessoa trabalhar com escorpiões caindo do teto, no seu ambiente de trabalho, podendo cair em sua cabeça, abrir a gaveta e encontrar um escorpião, pense numa bronca e das grandes.