O Recife tem suas mazelas, como mostramos na primeira postagem dessa segunda-feira, no #OxeRecife. Mas não deixa de ser uma cidade bonita, alegre e divertida, por conta da mobilização e efervescência cultural.
E, com certeza, atrairia um número muito maior de turistas se o seu centro não fosse tão descuidado. Porque saindo daquele circuitinho Recife Antigo, o que se vê é muita desolação, apesar de termos uma Avenida Guararapes toda em art déco, igrejas monumentais, locais charmosos e não tão valorizados como o Pátio de São Pedro. Quando li o comentário da amiga Lélia de Maria, que passou o sábado curtindo as festas gratuitas que rolam na capital, pensei que nossa cidade seria imbatível se nossas autoridades tivessem lhe dedicado um zelo maior, quanto às praças, aos monumentos de pedra e cal e lutado para conservar o charme do passado.
Poderiam ter se esforçado para que ruas como Nova e Imperatriz fossem tão bonitas quanto antes. E que trabalhassem para não descaracterizar tanto os bairros do centro, como Santo Antônio, São José, Boa Vista. Mas vamos lá. Vejam o que diz Lélia de Maria, 75, pernambucana, que adora a cidade do Recife. Vejam como uma cidade alegre pode impor um jeito mais feliz de ser às pessoas. Se o Centro do Recife estivesse mais bem cuidado, todos nós estaríamos muito mais felizes. Não acham? Eis o relato de Lélia, companheira de caminhadas pela cidade:
“Meu dia hoje não poderia ter sido melhor. Às 15h30m, ao chegar no Recife Antigo, me deparei com muita gente na rua, em frente ao Paço do Frevo. Junto, um palco montado. Não demorou, as atrações começaram. Entre elas: Nando Cordel e Maestro Spok. Foi muito frevo, minha gente, um seguido do outro. Dancei demais. Com sede extrema, entrei no Aurora Café. Tomei um café gelado, com sorvete de avelã. Não queiram saber, uma delícia. Quis voltar para a rua, vi que era difícil romper a multidão, concentrada na frente da porta. Resolvi continuar no Café, olhando a frevança pela janela, aliás todas disputadíssimas. Não aguentei, e dancei ocupando o espaço entre as mesas. Às 18h15m, achei que estava na hora de me dirigir para a Sinagoga (onde iria assistir ao espetáculo “Senhora de Engenho – Entre a Cruz e a Torá”). Paguei a conta e dei tchau às pessoas com as quais tinha interagido. Ia saindo, quando uma moça me segurou pelo braço. “Deixe eu lhe apresentar minha esposa”. Voltei o rosto, e vi uma moça bonita e sorridente. Retribuí o sorriso e perguntei. “Vocês são todos daqui?”. E ela respondeu: “Uns são daqui, outros de Brasília, minha esposa é do Rio”. E disse: “Que coisa boa, o Recife é uma cidade festeira, espero que ela goste”. E saí apressada para a Sinagoga. Consegui ingresso. Encontrei Paulo (de Castro), que coordena o Janeiro de Grandes Espetáculos, que inclusive me facilitou um pouco. Não sei comprar no Sympla, e havia se esgotado o lote de meia entrada. O salão de cerimônia da Sinagoga lotou. Foi um belo espetáculo (refere-se a Senhora de Engenho, entre a Cruz e a Torá). Quando ele terminou, e transpus a porta de saída, ouvi de novo o som do frevo. A folia era na calçada da Venda do Bom Jesus. Lá estava o Bloco Cordas e Retalhos, por sinal bloco que amo, só gente simpática. Caí no frevo, em meio a um mundo de gente com cara de felicidade. Voltei para casa, cansada. Bobagem, após o banho o cansaço sumiu. Busco agora coragem para me levantar daqui e ir para a cama”.
Nos links abaixo, você vê mais informações sobre o Paço do Frevo e sobre Janeiro de Gandes Espetáculos. Estive no Recife Antigo, no domingo, e o clima era de festa, também. Encontrei blocos de carnaval, ensaios de maracatu e gente circulando. Porém a poluição sonora em vias como a Rua da Moeda está insuportável. Cada bar coloca uma caixa de som e a profusão vira uma mistura insuportável de ruídos. Saí aturdida, na pressa, para voltar para casa. Mesma sensação teve um amigo que estava comigo, o antropólogo Fernando Batista.
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Texto: Letícia Lins e Lélia de Maria
Fotos: Arquivo pessoal
Maravilha, Letícia, numa só cartada propagaste a peça sobre Branca Dias, Janeiro dos Grandes Espetáculos, o Paço do Frevo, o Aurora Café, Nando Cordel, Maestro Spok, Sinagoga, Venda do Bom Jesus, Bloco Cordas e Retalhos e a efervescência das festas de rua do Recife Antigo. E pensar que tudo isso se traduz em uma única palavra: Recife. É a Glória!