Parem de derrubar árvores (458). "Temo pelas árvores centenárias que resistem"

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Quando publiquei o post “Parem de derrubar árvores 450” aqui no #OxeRecife, a amiga Gisela Abad me enviou um educado Zap, informando que a minha suposta vítima de arboricídio em questão estava “completamente oca devido ao cupim”. Conheço a designer e seu amor à natureza. Inclusive ela costuma postar no seu Instagram fotos como ipês em flor, que tanto alegram as ruas do Recife durante os verões.

A árvore esquartejada na Rua Real do Poço, no Poço da Panela, foi flagrada pelo #OxeRecife em janeiro, e o registro foi feito no dia 29 de janeiro de 2025. Como sempre ocorre, tudo documentado: data, endereço, foto. No caso desta, teve até presença de morador. “A árvore está na frente de um terreno abandonado, que faz fundos com o meu”, conta ela. “A retirada se faz necessária, mas estamos solicitando que outra mais adequada seja plantada no mesmo lugar”, afirma. “Adoraria um ipê”, completa. Provavelmente amarelo, que parece ser o que ela gosta, pois é o que mais aparece em suas redes sociais, quando começa a floração. Nesta semana, a autora de “Um Leão na Paisagem” esteve caminhando por perto do seu bairro, e sentiu falta de árvores frondosas na Rua Edson Álvares, que fica bem pertinho da Praça de Casa Forte, aquela que é um jardim histórico e também tombada pelo Iphan, mas cujo entorno… não é bom nem falar. Só naquela via, ela deu por falta, no mínimo de duas, embora suspeite que foram três degolas. Eu ia ficar com o número mais conservador, já que ela lembra bem das duas que sumiram: “uma tamarineira e uma mangueira”. E afirma: “onde risquei, havia uma mangueira com mais de 50 anos”. Nas fotos, enviadas ao #OxeRecife, ela assinala os locais das árvores que sumiram. E, felizmente, no local da tamarineira há uma reposição no alegrete (canteiro) antes vazio, coisa rara no Recife da emergência climática.

Mas percebi que há três locais assinalados, nas fotos que me enviou, nos quais ela cobra árvores antigas que se foram. “Essa que só aparece um pedacinho foi uma tamarineira maravilhosa, que foi assassinada”, lamenta. “Mataram… no lugar, esse arbusto”. Infelizmente a motosserra insana e os aboricídios parecem estar cada dia mais “integrados” ao nosso dia a dia. “A mangueira foi derrubada porque alguns péssimos motoristas se atrapalhavam ao sair de uma garagem que fica na rua”. “A Edson Álvares tem árvores centenárias e temo pelas majestosas que resistem”, desabafa a designer. Ou seja, três árvores antigas desapareceram em uma mesma calçada, na via que falamos acima. Duas delas não tiveram reposição. Já uma outra, a tamarineira – que era frondosa e talvez secular – foi substituída, como ela diz, por um “arbusto”, como se vê nessa segunda foto vertical. Gisela tem razão. A cada dia, mesmo bairros antes bucólicos como Casa Forte e Poço da Panela, ambos na Zona Norte, perdem seus verdes aos borbotões. Em grupos no ZAP de moradores do Poço, por exemplo, o sumiço do verde é sempre tema de comentário. Todo mundo reclamando… E as nossas denúncias contra a destruição do patrimônio verde do Recife não param não. Vem mais por aí. Eu estou “desovando” vários casos, por dias consecutivos, porque os registros são tantos que me atrapalho na numeração. Então, decidi ir publicando os que vejo e os que me enviam. Virou uma missão.

Se a gente mostra os locais onde elas sumiram, fica mais fácil a reposição das que foram retiradas de nossas ruas, não é? Nos links abaixo, as perdas no bairro de Casa Forte. Um “guia” para quem quiser plantar. Lembramos, no entanto, que as calçadas são espaços públicos e tanto retiradas quanto plantio devem seguir critérios técnicos.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos e perdas assinaladas: Gisela Abad /Cortesia

2 comments

EDJAILSON XAVIER CORREIA disse:

19 de fevereiro de 2025 às 15:36

Leticia, no Palácio da Arquidiocese de Olinda e Recife desde segunda feira é um festa, não é mais podação, ninguém pode ter mais uma tarde de cochilo, as dezenas de Árvores estão sendo fragilizadas, e só para às 18 horas, está insuportável o podar das Árvores, e o que me surpreende é que a Arquidiocese tem Assessores Comunistas de Foice e Martelo andando pelo Palácio com suas Camisas Vermelhas(nunca ví tanto Ateu cuidando da Igreja no Recife) e silentes diante do derrubar das Árvores. São 15.34 horas e ninguém pode falar ou dormir, a serra está com um som terrível e são muitos caminhões levando o que ainda resta de Árvores no Palácio.

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SOFIA DE PAULA LOPES disse:

19 de fevereiro de 2025 às 16:38

É, cada dia que passa,mais árvores tombando. Importante que todos denunciem esse arboricídio, aumentando o coro dos que defendem mais verde/ mais árvores para a nossa cidade ; insistindo na reposição das espécies que foram mortas por falta de conservação ,doenças ou ameaça de tombando;pressionando a Emlurb e o setor de paisagismo para plantio de novas mudas adequadas à estrutura das calçadas e por aí vai.
O que não pode continuar é essa desertificação da nossa cidade,que deve ser combatido diariamente. É uma luta imensa,que o #OxeRecife tem travado com muita garra,determinação e amor pela cidade.

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Parem de derrubar árvores (458). “Temo pelas árvores centenárias que resistem”

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