Dá uma tristeza muito grande ver uma cena dessa, como a da foto. Estava caminhando no último domingo (9/2), quando ouvi um barulho terrível da motosserra insana trabalhando. Fui seguindo pela direção do som que chegava aos meus ouvidos, e me defrontei com mais essa vítima de arboricídio, com homens trabalhando no local. No entanto, fui traída por um pé d’ água quando estava a caminho da recém assassinada, para falar com a equipe e saber o motivo da erradicação.
Passei lá depois, onde ficava o antigo Bar Pretexto, nas proximidades do Carrefour, mas ninguém soube informar o motivo da derrubada. “Sem marca de bicho (praga) no tronco, acho que essa árvore estava sadia”, afirmou para mim um vendedor ambulante de frutas, que me disse que quando o sol “estava queimando o quengo”, costumava se refrescar sob a imensa copa da planta. Que, como vocês podem observar, não era jovem nem fraquinha, mas poderosa. Vejam só a espessura do tronco imenso e firme na foto superior. Ia cair? Não parece.

Eu compartilho do mesmo sentimento de grande parte dos meus leitores. A impressão que se tem é que falta algum critério para se eliminar árvores no Recife. Há particulares que o fazem, mesmo nas calçadas, e fica por isso mesmo. Multas? A gente conta nos dedos. Também o serviço público parece-nos derrubar mais do que é preciso.
Além do mais, a reposição nem sempre ocorre como deveria, quando nesse recife da emergência climática, cada árvore suprimida faz muita falta. Ninguém está pensando no aquecimento global, nas ilhas de calor da cidade? Recentemente enviei para a Emlurb uma pergunta que já fiz muitas vezes – em e-mails, em reuniões públicas, em seminários, em audiência na Câmara Municipal –sobre o número de árvores erradicadas, plantadas e percentual de sobrevivência destas.
A resposta nunca veio. A mais recente foi enviada na semana passada, e referia-se apenas aos números dos quatro anos da gestão João Campos. Retorno zero. Embora seja uma conta fácil de se fazer, já que se refere a apenas quatro anos. Pelo que se vê, a questão do patrimônio verde do Recife permanece uma verdadeira caixa preta. Não se sabe quanto perdemos nem quanto ganhamos. Alguém sabe o motivo? Nos links abaixo, algumas perdas da Torre e Madalena (bairros vizinhos), registradas aqui no #OxeRecife.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
Absurdo! Uma árvore saudável ,a gente vê pelo corte do tronco e galhos,sem nenhum sinal de doença .Acho que era um Oitizeiro, uma árvore de grande porte ,com uma copa imensa e que proporciona uma sombra generosa…
Lamentável!
Um absurdo que está se naturalizando. Nada acontece. Primeiramente parece que não há critério. Segundo quem corta não tem nenhuma assessoria, um técnico ou um engenheiro florestal para avaliar e decidir o melhor caminho. A impressão que se tem, é que os governantes não têm a menor noção da gravidade climática que estamos vivendo e que está por vir.