Uma rua de muitos nomes e pouco verde. Ao longo de sua história, ela foi chamada de Rua Nova da Casa da Pólvora (século 17), Rua Nova de Santo Antônio (século 18), Rua Barão de Vitória (século 19), Rua João Pessoa (século 20). Até que em 1937, voltou a ser simplesmente Rua Nova, quando tornou-se a via que concentrava o comércio mais sofisticado do Recife, o que ocorria até os anos 1970, quando ainda não existiam os templos modernos de consumo, que são os shopping centers.
Ali ficavam lojas como a saudosa Sloper, que funcionava na esquina da Nova com a Rua da Palma. Era chiquérrima. Quem ia à Sloper e saía pelas portas que davam na Rua da Palma já dava de cara com dois outros magazines que fizeram história no comércio do Recife: a Mesbla e a Viana Leal. A primeira era filial de uma grande companhia cuja matriz no Brasil funcionava no Rio de Janeiro. Já a segunda era fruto do empreendedorismo de dois comerciantes radicados no Recife e que ficou famosa por ter a primeira escada rolante da cidade.
Mas o assunto, aqui, não é a história da importante via do Bairro de Santo Antônio. É a aridez daquela que deveria ser uma rua graciosa, aconchegante, aprazível rua, já que hoje é destinada a pedestres. Teria que ter jardins (nem que fossem pequenos), banquinhos, árvores de pequeno porte, já que é uma rua relativamente estreita. Fotos antigas mostram que a Nova nunca foi uma rua muito arborizada.
Até porque no passado era grande, ali, o tráfego de veículos, como os automóveis e os bondes. Passei na via na segunda-feira, acompanhando o Bloco da Saudade, e me defrontei com mais uma vítima de arboricídio no Recife, este cadáver aí da foto. Pela cor dos restos mortais, o corte é antigo. Ou seja, já devia ter sido feito o destocamento para a reposição por uma outra planta, mesmo que fosse menor. Vocês já contaram quantas plantas existem ao longo da extensão da Rua Nova? Do jeito que ela vai, o esvaziamento será cada dia maior, com lojas fechando como já aconteceu com a Rua Imperatriz. Cadê o Recentro?
Abaixo, você confere registro de perdas verdes no centro, em bairros como o Santo Antônio, Boa Vista, São José e Recife Antigo
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins / #OxeRecife e Acervo Fundaj