Estou saindo muito pouco, pois mesmo com as três doses de vacina já consumadas, ainda evito aglomerações e procuro locais abertos para me divertir. Mesmo assim, sem abrir mão do uso da máscara. Mas, pelo visto, não tem jeito não. Pois a cada vez que coloco a cara na rua, me defronto com o que se tornou comum e doloroso na nossa cidade: as cenas constantes de arboricídio.
No último sábado, ao participar de uma caminhada do delicioso Projeto Olha! Recife, me defrontei com mais duas vítimas da motosserra insana. E ficam em local turístico: a Praça do Arsenal, defronte do Paço do Frevo, um dos equipamentos culturais mais visitados da cidade, e pelo qual já passaram mais de 700 mil visitantes. A Praça, vocês sabem, está bem pertinho de outro equipamento turístico, o Cais do Sertão. Ou seja, passou lá, o arboricídio mostra a cara. Pelo formato dos dois caules degolados, as vítimas são uma palmeira e uma árvore, uma das quais bastante antiga (foto acima).

Ás vezes, as plantas em áreas públicas estão com doenças e não podem ser mantidas, por conta de riscos para a população. Atacadas por cupins ou outras pragas, elas ameaçam desabar sobre imóveis, automóveis ou pedestres. Porém, não custa nada fazer o destocamento e plantar outra no lugar. E isso deve, sim, ser feito. Aliás, tem que ser feito. Lembro que em um local bastante turístico, o Marco Zero, uma palmeira estava ameaçando desabar em cima dos foliões, que ali se acumulam aos milhares, no carnaval.
Ela foi sacrificada, erradicada e rapidamente substituída em meio a uma operação de guerra comandada pela Emlurb, que exigiu até guindaste. É que o fato ocorreu bem antes da pandemia às vésperas da maior festa popular de Pernambuco, onde o Marco Zero aparece nas emissoras de Tv do país e do mundo. Enquanto isso… as do Pátio do Carmo foram sendo eliminadas aos poucos. E até hoje, nada… Comparem as fotos do passado (a Internet está cheia delas) com as atuais, que vocês vão poder observar o sumiço das palmeiras que tanta graça davam ao local. Daqui a pouco, não resta uma! Na frente da Associação Comercial de Pernambuco, no Marco Zero, sumiu uma castanheira. Hoje, ela só aparece nas paisagens dos cartões postais e nos sites oficiais sobre o Recife.
Abaixo, você confere informações sobre perdas de outras árvores nos bairros do Centro do Recife e sobre as palmeiras do Pátio do Carmo e do Marco Zero (que ganhou reposição exemplar, inclusive com implantação de planta adulta).
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife