“É de fazer chorar / quando o dia amanhece / e obriga o frevo a acabar / Oh quarta-feira ingrata / Chega tão depressa / só prá contrariar / Quem é de fato bom pernambucano / Espera um ano e se mete na brincadeira / Esquece tudo e cai no frevo / E no melhor da festa chega a quarta-feira”.
Todo pernambucano que ama a grande festa popular que é o carnaval, se identifica com os versos de Luiz Bandeira que, há décadas, são cantados por foliões, antes, durante e após o carnaval. Grande sucesso, aliás, desde 1957. Pois a festa ainda não acabou. Em Água Fria, na Rua do Machado, a Troça Os Irresponsáveis já está concentrada, para ganhar as vias vizinhas, por volta de uma da tarde, com a animação de seis trios elétricos. No Mercado da Boa Vista, os bares estão se arrumando para seu tradicional Bacalhau na Vara, que está completando 19 anos naquele local. Fundador da troça, o escritor e diretor de teatro Manoel Constantino (foto acima, com Tereza Cristina ) lembra a diversidade do carnaval pernambucano e a tradição do frevo, patrimônio imaterial da humanidade.
“De tanta alegria, não foi à toa que surgiram nos mercados públicos, os bacalhaus na vara, criados por trabalhadoras que no carnaval não podiam brincar, como garçons, garis e todos que na folia momesca precisam trabalhar para garantira folia”, afirma meu companheiro carnavalesco que sempre costuma dividir comigo a responsabilidade de carregar o estandarte da Troça Carnavalesca Independente Nóis Sofre Mais Nóis Goza, que em 2023 não foi às ruas. A festa do Bacalhau na Vara no Mercado da Boa Vista começa às 11h. A previsão é que termine por volta das 18h. Atrações: Orquestra 19 de fevereiro, Pretto Jamah, Carlinhos Monteverde e Maria Pagodinho.
E depois de trabalhar pesado no carnaval, a cantora Nena Queiroga quer sacudir o Bairro do Recife, a partir das 16h. A concentração do Blocalhau será na Praça do Arsenal. “Foram dois anos de muitas dores, sofrimentos, dores, medos, quando aprendemos a valorizar o que é mais importante: a saúde e o amor”, afirma. Lembra que o carnaval voltou para mostrar que “viemos defender a tradição” e que “somos madeira de lei que cupim não rói”. Afirma que chegou a hora de “agradecer e viver esse carnaval com muito amor”. Por isso, convoca os foliões para o “improviso alegre e afetivo”.
Em Olinda, começou cedo, no Alto da Sé, a concentração do Bacalhau do Batata. E pelo menos sete agremiações carnavalescas ganham hoje as ladeiras do sítio histórico, sendo Segura a Coisa, a última prevista, pois a concentração ocorre a partir da meia noite, nos Quatro Cantos. Pelo menos 25 atrações musicais e carnavalescas passam por três polos de folia em Olinda (Guadalupe, Erasto Vasconcelos e Caririri). Mas a grande atração da noiteé o Encontro Estadual de Afoxés, que tem início a partir das 18h em Guadalupe, de onde seis grupos seguem, em cortejo, até o Mercado Eufrásio Barbosa, que fica no Varadouro.
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Serviço
Bacalhau na Vara
Onde: Mercado da Boa Vista, Rua de Santa Cruz, S/N, Boa Vista
Horário: a partir das 11h
Atrações: Orquestra 19 de fevereiro, Pretto Jamah, Carlinhos Monteverde e Maria Pagodinho.
Blocalhau
Onde: Praça do Arsenal, Bairro do Recife (em frente ao Paço do Frevo)
Horário: 16h
Atrações: Orquestra de Frevo, Nena Queiroga e convidados
Os Irresponsáveis
Onde: Rua do Machado, Água Fria
Horário: Concentração já começou, mas os trios elétricos circulam a partir das 13h
Em Olinda:
Bacalhau do Batata
Onde: Alto da Sé
Horário: Concentração já teve início. Além do Bacalhau do Batata, Olinda ainda vive o carnaval, nessa quarta-feira. À noite, o movimento será grande nos Polos Erasto Vasconcelos, Cariri e Xambá, pelos quais passarão umas 25 atrações, treze delas no Xambá. Haverá maracatus, coco, blocos líricos entre outras manifestações da nossa cultura popular. Pelo menos sete agremiações desfilam pelas ruas de Olinda nessa quarta-feira, sendo a última a Segura a Coisa, que se concentra a partir de meia-noite nos Quatro Cantos. Mas o destaque é para o tradicional Encontro de Afoxés, a partir das 18h, no bairro de Guadalupe, de onde os grupos partem, em cortejo, para o Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação