Como se não bastassem as cem árvores que tombaram nas duas últimas semanas por conta dos ventos fortes de julho, os tocos nas ruas do Recife não param de crescer. Sempre me deparo com eles em minhas caminhadas. De outras, são os leitores que enviam fotografias para o #OxeRecife, como ocorre no caso de hoje.
Na semana passada, a assistente social Sofia de Paula Lopes denunciou a “erradicação” de árvores na Rua das Crioulas, no bairro das Graças. Ela acusou a derrubada de duas, mas estive lá e só me defrontei com os “restos mortais” de uma, em frente a um templo evangélico em construção. Hoje ela me envia novas fotos, dessa vez na Rua Barão de São Borja, no bairro da Boa Vista.
As fotos mostram mais dois exemplos resultantes da sanha assassina que se espalha pelas as ruas do Recife, e que recomenda mal os nossos órgãos públicos. Nos dois tocos dá para se perceber o espaço deixando para expansão das raízes. Não tem canteiro, e o concreto encosta nos troncos. Isso é comum na bagunça em que se transformaram nossas calçadas.
De acordo com a Emlurb, as árvores são erradicadas quanto há risco de cair. Mas provavelmente adoecem “tanto” por falta de manutenção, de cuidados fitossanitários. Muitas vezes, no entanto, são derrubadas por muito pouco. E haja motosserra insana. Sofia, por exemplo, denuncia erradicação de árvores sadias no bairro onde mora, o Derby. Ela se queixa de que “estão acabando com tudo”, com muita razão. Dizem os órgãos públicos que para cada árvore derrubada, duas são plantadas. Mas a julgar pelos tocos que a gente ver nas calçadas, parques e praças dá para pensar exatamente o contrário. E ninguém sabe mais onde isso vai parar. Por favor, parem de derrubar árvores.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Sofia de Paula Lopes / Cortesia