No Dia da Amazônia, o Brasil tem o que comemorar? A julgar pelos números, dá vontade é de chorar

O Brasil comemora nesta segunda-feira (5/9) o Dia da Amazônia, data instituída por lei em 2007 para celebrar a maior floresta tropical do mundo e pulmão do Planeta. Infelizmente, no entanto, a população brasileira não tem muito o que comemorar. Porque tudo que vem acontecendo, leva a crer que nossas autoridades acham que a Floresta vale mais deitada do que em pé. Quando o que ocorre é exatamente o contrário.

Mas o que a gente  vê é incêndio, devastação, destruição, presença de grileiros, invasão de terras indígenas, mercúrio nos rios. De acordo com o Iamazon (Instituto do Homem Meio Ambiente da Amazônia), entre janeiro e julho de 2022 tivemos uma área devastada que foi a maior dos últimos 15 anos.  E de agosto de 2021 a julho de 2022, foram destruídos 10.781 quilômetros quadrados de matas. A área é maior do que a cidade de São Paulo. E incêndio é o que não falta. Nos três primeiros dias de setembro por exemplo, já foram registrados 8.740 incêndios naquela região, o que não deixa de ser uma tristeza. Em agosto, foram registrados nada menos de 33.116 focos de incêndios na Amazônia.

Incêndios criminosos passaram a ser constantes na Amazônia e elevam os números de destruição no pulmão do mundo

Para completar, há redução de recursos para o Meio Ambiente em 2023, no PLOA 2023, de acordo com Projeto de Lei Orçamentária Anual. Segundo a análise do Instituto de Estudos Socioambientais (Inesc), o documento expressa a absoluta falta de prioridade dada a essa política. “”, informa.  Para o Inesc, o orçamento previsto para 2023 “é o pior dos últimos 15 anos”. Se comparado ao PLOA 2022, o meio ambiente perde R$ 164 milhões no PLOA 2023.

Pela análise, no Ibama foram retirados R$ 12 milhões da ação de “Prevenção e Controle de Incêndios Florestais nas Áreas Federais Prioritárias”. Já o o Icmbio perde R$ 27 milhões, dos quais R$ 10 milhões foram retirados da ação de “Fiscalização Ambiental e Prevenção e Combate a Incêndios Florestais”. O quadro é ainda mais grave quando se olha o “sacrifício fiscal” atribuído ao meio ambiente. A reserva de contingência prevista é de R$ 366 milhões, distribuídos entre Ibama, Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) e Administração direta.

No ano da criação do Dia da Amazônia, também foi instituído – em meio a 13ª Conferência das Partes da Convenção da ONU para o Clima (COP13) – um fundo específico para a maior floresta do mundo. Contudo, do total de recursos recebidos no período – R$ 4,8 bilhões, considerando os rendimentos gerados -, apenas R$ 1,43 bilhão foi desembolsado até hoje. “Com 102 projetos aprovados, 27 projetos concluídos, existe um caixa acumulado de R$ 3,3 bilhões. Mesmo com uma carteira de 42 projetos em consulta e 14 projetos em análise, nada mais foi alocado em novos projetos, em função da sua paralisação desde 2019”,  acusa o Inesc.

Abaixo, você confere outras informações sobre Amazônia e Meio Ambiente.

Leia  também
Tragédia na Amazônia: #BrunoEDompresentes
Mais madeira ilegal apreendida
Toras de baraúna apreendidas
Por um milhão de árvores na Amazônia
Parem de derrubar árvores  (em Anapu)
Tucumã, a fênix da Amazônia
Tartarugas voltam aos rios no Pará
Parem de derrubar árvores no Brasil: O total assustador de matas devastadas
Parem de derrubar árvores: Floresta em pé rende mais do que deitada
Ucuubeira preservada rende três vezes mais do que vendida a madeireiras
Amazônia pode virar um cerrado
Dia da Amazônia: Agrofloresta ou extração ilegal de madeira?
Madeira clandestina da Amazônia
Operação apreende madeira ilegal
Dia da Amazônia: Comemorar o quê?
Greenpeace e MapBiomas denunciam estragos no pulmão do mundo
No Dia de Proteção às florestas, o Brasil tem o que comemorar?
“Já me falta dar para falar das florestas”
O Brasil pegando fogo, mas Presidente bota a culpa no índio e no caboclo
Queimadas provocam  prejuízo de R$ 1,1 bilhão
Ministro manda oceanógrafo trabalhar na caatinga. E o Sertão já virou mar?
Servidor federal é afastado porque fez a coisa certa na área ambiental.

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Inesc / Greenpeace / Divulgação e Acervo #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.