Livro infantil desvenda mistério de “Dagunda”: bicho, pessoa, lugar?

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O que é Dagunda?  Gente, bicho, um lugar? Não sabemos. Nem eu, nem você. Porque a palavra não existe, não está em dicionários. Mas é o título do primeiro livro infantil do escritor Carlos Gomes, que será lançado no domingo (27/10), na Fundação Gilberto Freyre, no bairro de Apipucos, entre 15h e 17h, quando haverá a estreia de um filme performance, criado a partir dos textos da publicação. A entrada para o duplo evento é gratuita. Mas o preço do livro (impresso), publicado pela Cepe (Companhia Editora de Pernambuco) é R$ 60 para quem quiser comprar.

E como essa palavra que não existe nos compêndios sobre a língua portuguesa ganhou significado ao ponto de ser escolhida para título de livro? Foi a partir de um dos períodos mais sensíveis de nossa história recente, que surgiram as sementes da ideia. É que em plena pandemia da Covid-19, Carlos foi convidado para passar a tarde com um casal de amigos. E lá chegando, viu a  palavra Dagunda escrita em uma parede da casa, onde as crianças – confinadas devido à pandemia – faziam rabiscos, desenhos, junto com os pais.

“Quando olhei essa parede cheia de desenhos, feitos por muitas mãos, e ainda mais essa palavra, numa primeira vista, enigmática, brinquei com eles: ‘Tem uma história nessa parede.’ Na mesma noite, de volta à minha casa, escrevi o texto de abertura do livro Dagunda, que permanece igual até hoje”, declara Carlos Gomes Oliveira. Com 64 páginas e três narrativas diferentes, o livro apresenta Dagunda com significados diversos, ora é um cão, ora é gente, ora é um lugar.

E vai convidando o pequeno leitor a desvendar alguns mistérios.

Como lugar, Dagunda é um brejo onde mora Pedro, a criança que pesca animais exóticos, ordenha vacas, joga bola e corre livre pelo mato. É também o paraíso de Ricardo III, o menino que não queria ser rei. Como bicho, Dagunda é um cão que “acorda vagarosamente, como se sentisse que o dia não teria muita graça” e corre com a cara pertinho do chão para “farejar a felicidade.” Como gente, é uma criança que “vive debaixo de uma grande árvore, a árvore dos frutos estranhos.” Na vida real, Dagunda era a tentativa de o bebê da família chamar pela mãe (Bruna). Afirma o autor:

“Espero que o livro desperte em quem leia o mesmo que despertou em mim, quando vi a palavra “Dagunda” escrita pela primeira vez, sabendo que nasceu da boca de uma criança, pelo desejo de amor, de carinho de uma criança, de falar o nome da mãe, e no contexto geral, da pandemia, de minha vida naquele momento, a vontade de partilhar o carinho que recebi naquela tarde, nesse caso, através da arte, da literatura, da poesia. Desejo que o livro gere muitas perguntas, muitas “o que pode ser Dagunda?”

Já o filme-performance é uma produção de Carlos Gomes Oliveira e das artistas Maju Cavalcanti e Larissa Veloso. A apresentação é feita a partir de uma seleção de imagens que Larissa montará ao vivo, enquanto o autor e Maju leem as histórias de Dagunda brincando com entonações, timbres, sussurros, ruídos e repetições de trechos específicos, explica. Carlos Gomes Oliveira, o autor, é formado em Letras, é pernambucano do Recife e aprendeu a ler ouvindo música. É poeta, músico, editor, pesquisador e autor de cinco livros. Filipe Aca, o ilustrador, é recifense, e designer com atuação nas áreas de ilustração e editorial.

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Serviço
O que: Lançamento do livro Dagunda, com apresentação de filme-espetáculo criado a partir dos textos do livro

Quando: 27 de outubro (domingo)
Hora: 15h às 17h
Onde: Fundação Gilberto Freyre (Rua Jorge Tasso Neto, s/n, Apipucos)
Preço: R$ 60 (impresso)
*Entrada gratuita

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife 

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