Grafiteiros ganham curso para aprender a trabalhar nas alturas sem risco de acidente.

Sim.  Com certeza, treinamento é preciso. Afinal, não deve ser fácil produzir um mural, manipulando pincéis, tintas e outros materiais em edifícios de dez, vinte, trinta andares. Ou nas encostas de morros (foto central). É uma atividade que exige a segurança de um malabarista e o equilíbrio de um trapezista. Nesta semana, por exemplo, duas artistas estavam concluindo um megamural, que exigiu uso de andaimes e outros equipamentos que lhes garantissem segurança nas alturas do Edifício Almirante Barroso, que tem 31 andares (foto acima). E na nossa cidade o que não falta é grafiteiro, já que o Recife pretende se transformar na maior galeria de arte urbana do mundo. Atenção, não confundir grafiteiro com vândalo. O primeiro é profissional da arte de rua, que embeleza muros, pontes, edifícios. O segundo é aquele que emporcalha tudo: de prédio a torre de igreja, de monumentos a repartições públicas nas caladas da noite, geralmente usando só tinta preta.

Portanto, grafitagem é uma coisa. Vandalismo é outra. É preciso separar a ação artística da criminosa. No caso dos grafiteiros, prevenir é preciso.  E o bom do grafite é que ele inibe a ação dos vândalos porcalhões. A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, anuncia que abriu inscrições para o curso de Norma Regulamentadora 35 (NR-35) direcionado a grafiteiros e grafiteiras. São disponibilizadas 50 vagas, que serão encerradas assim que as vagas forem preenchidas. O curso terá aulas teóricas e práticas, com o objetivo de habilitar os profissionais para o trabalho em altura, impulsionando a arte urbana na cidade e a participação desses artistas em editais públicos, como os programas Colorindo o RecifeMegamurais. Há vezes que o grafiteiro usa técnica de rapel para escalar edifícios. De outras, trabalham em equipamentos utilizados por operários, na construção de edifícios.

Grafitar a encosta de um morro, além da arte, exige perícia em técnicas de alpinismo ou rapel: segurança necessária

“A capacitação é fundamental para evitar acidentes e garantir a integridade física dos artistas durante o trabalho em altura. Promover essa capacitação não apenas aprimora as habilidades dos artistas, mas também eleva os padrões de segurança no cenário da arte urbana. Com artistas preparados e conscientes, é possível desenvolver projetos artísticos de grande escala com confiança e qualidade, transformando a paisagem urbana de maneira positiva e inspiradora”, explica a secretária executiva de Inovação Urbana, Flaviana Gomes.

O curso é gratuito e será dividido em duas turmas, com 25 vagas cada. A primeira turma ocorrerá em 27/05/2023 (sábado), das 8h às 17h, e a segunda turma em 31/05/2023 (quarta-feira), também das 8h às 17h. O local do curso será a Escola Técnica Leiaut Carielo, situada na Rua Joaquim Felipe, 119, Boa Vista, Recife – PE. Para se inscrever, basta acessar o link: http://bit.ly/3MjeV5t. O curso de NR-35 estabelece critérios mínimos e medidas de proteção para o trabalho em altura, visando garantir a segurança no ambiente de trabalho e reduzir os riscos para os grafiteiros. Durante o curso, os participantes serão capacitados em análise e condições de risco para o trabalho em altura, aprenderão sobre os tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), sua forma de utilização e finalidade. Além disso, serão abordados temas como acidentes e procedimentos de prevenção, noções de primeiros socorros e resgate, entre outros aspectos relevantes para a segurança dos profissionais.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Rennan  Peixe / Uenni / PCR

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