Olhem aí a meninada da terra do pintor Cícero Dias (1907 – 2003) fazendo bonito. A garotada que estuda no Sesi da cidade onde nasceu o artista será a única equipe pernambucana a participar do Torneio Internacional de Robótica, que em 2022 acontecerá no Rio de Janeiro, no início de agosto. Moradores de Escada – localizada a 67 quilômetros do Recife – eles desenvolveram meios de evitar perdas no transporte de cana dos engenhos para as usinas. É que o município fica na Zona da Mata, onde se concentra a agroindústria açucareira de Pernambuco.
O grupo é formado por Victor de Lima Melo, Eduardo Oliveira da Silva, Heitor Henrique Silva da Rocha, Késia Hellen Silva de Barros Santana, Yasmim Nicole Lima da Silva e Isabelle Camilly da Silva Nery. Cerca de cem equipes vão disputar o Open (torneio aberto) na categoria FLL. Destas, 30 são brasileiras, justamente as que tiveram maior pontuação nas categorias avaliadas na fase nacional do torneio. A competição coloca a criatividade e o espírito de equipe de jovens à prova para construir robôs autônomos com peças de LEGO, modalidade FIRST LEGO League (FLL). Nessa modalidade, equipes de até 10 estudantes desenvolvem um robô e passam por um processo de avaliação baseado em quatro categorias: Projeto de Inovação, Design do Robô, Desafio de Mesa (na qual o robô deve cumprir missões em uma mesa) e Core Values – valores fundamentais que despertam nos alunos a capacidade de trabalhar em equipe, desempenhando diferentes funções e desenvolvendo múltiplas habilidades e competências para o mercado de trabalho.
Composta por aqueles seis alunos, a equipe Unity identificou que a queda da cana de açúcar dos caminhões durante o trajeto campo-usina pode representar uma perda de 5% da carga total, gerando prejuízo para as empresas. Pensando nisso, a equipe pernambucana desenvolveu um equipamento que funciona a partir de duas estruturas com redes que ficam localizadas nas laterais dos caminhões e realizam um movimento para cobrir a carroceria, diminuindo o risco de perda do produto. Kesia Hellen, de 15 anos, participa desta competição de Robótica pela primeira vez. Ela conta que, após passar pelas etapas regional e nacional, a confiança do grupo foi crescendo. “Levar o nome da nossa equipe para fora de Pernambuco e concorrer com times de fora me enche de gratidão”
A garotada conta com a orientação dos técnicos Mônica Mendonça e Diogo Monteiro. A professora diz que, além da preparação de idioma, uma vez que, para o Torneio Internacional de Robótica, a apresentação terá que ser feita toda em inglês, os estudantes estão ajustando e procurando melhorar alguns pontos, como a ampliação do projeto de inovação. “Nosso projeto é voltado para a carga de cana de açúcar, mas nossa pretensão para o Internacional é fazer com que nosso mecanismo também seja aplicável a outros produtos. Por isso, estamos analisando e estudando como o transporte de cargas funciona nacional e internacionalmente”, detalham os estudantes.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Sesi / Divulgação e Genival Paparazzi / Foto do leitor