Além de ter perdido 134 árvores devido aos temporais registrados entre o final de maio e início do mês de junho, o Recife sofre novas baixas no seu patrimônio verde. E não são poucas não. Por onde a gente anda, sempre tem uma vítima de arboricídio, com marcas deixadas pela motosserra insana.
Como se não bastassem a verticalização da cidade, a impermeabilização do solo – por conta do asfalto e das construções – e o fim dos quintais e jardins (devido à especulação imobiliária) – o que se vê é muita destruição do pouco que resta de verde em ruas e praças da cidade.
Há árvores que completam o ciclo de vida ou tombam por desequilíbrio do tronco devido a podas mal feitas, que terminam fazendo-as pender para um lado. Outras, como as 134 que sucumbiram à ação dos ventos e das tempestades em tão curto período.
Até o momento, no entanto, nenhuma autoridade do Recife apareceu para dizer qual será a solução de reposição para as árvores desaparecidas em meio aos últimos temporais. O tronco guilhotinado da foto superior fica na Avenida Norte, naquele retorno que é feito à frente do Parque Urbano da Macaxeira, onde agora resta apenas uma para fazer sombra às pessoas que trabalham na área, muitas vezes nas calçadas.
Além de agora só haver uma sobrevivente no local, o pequeno terreno que fica à sua frente, chamado de praça pelos moradores, não possui mais nenhuma sombra de verde. Só concreto mesmo, e “apropriação” por parte de flanelinhas que transformaram o que seria uma praça em estacionamento. Com tabela de preço e tudo. Pode?
Casa da Mãe Joana mesmo… Sem verde, com praça onde só tem concreto e presença de carros, onde deveria ter canteiros, árvores e, por ser um local público, não deveria ser ocupado pelos eternos donos das ruas. Nos links abaixo, confira outras informações sobre a polêmica política de “arborização” do Recife, cujas autoridades vivem se vangloriando de ser tão “verde” e na qual áreas que deveriam ser praças se transformam em estacionamentos.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife