Cadê o respeito pela vida humana? Cobertas de abrigos de ônibus estão desabando

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Sinceramente, está faltando – e muito – respeito à vida humana no Recife. As calçadas esburacadas provocam tombos constantes, obras no asfalto não têm sinalização suficiente, sempre há fios da rede elétrica em locais inadequados. Até mortes já aconteceram, por conta de  descargas elétricas em pedestres e mesmo em animais. Agora, mais um perigo para quem anda na rua, principalmente para quem vai usar o transporte público. É que tem abrigo cujo telhado está desabando, como mostra o da foto acima. O que implica em risco sério de acidente.

O da foto acima fica na Rua Flor de Santana, no Bairro de Parnamirim, Zona Norte do Recife, onde passei em minha caminhada matinal. De acordo com trabalhadores de uma obra próxima de construção, a barra de ferro desabou há poucos dias, por falta de manutenção. Já pensaram se um pedaço desse cai na cabeça de um usuário do transporte coletivo? Ou de algum pedestre que por acaso passasse na calçada no local que a barra da borda da coberta se desprendeu? E se no momento que caiu atingisse a cabeça de uma criança ou um idoso? Ainda bem que na hora do acidente não havia ninguém esperando o ônibus. E se houvesse? Agora observem abaixo o acesso aos assentos dessa parada, na Avenida Dezessete de Agosto. Entra  prefeito e sai prefeito e fica tudo do mesmo jeito. Risco para pedestres e falta de acessibilidade completa e absoluta para cadeirantes.

Nesta parada, não há nenhum respeito nem a pedestres e muito menos a cadeirantes. Vejam só a situação do acesso.

Nesta semana, o fotógrafo Genival Paparazzi enviou uma fotografia mostrando que está precária, também, a situação de abrigos em diversas áreas do centro, como Rua da Aurora e Rua Princesa Isabel. Alguns não possuem assentos  ou estes encontram-se quase no nível do chão.  Em outros, há tanta ferrugem na coberta, que os passageiros terminam sob o sol e sob a chuva, enquanto aguardam coletivos.

Em algumas situações, a ferrugem é tanta que o risco de desabamento é tão grande quanto o registrado na Flor de Santana. Complicado, não é? Paga-se impostos tão caros e o retorno não chega nem na forma de segurança para o pedestre e passageiros do transporte coletivo. Na Região Metropolitana, circulam 2.078 coletivos de 392 linhas.  Segundo o Consórcio Grande Recife de Transporte, a RM possui  6.651 abrigos, dos quais a maioria é definida como “coluna de placa”. Que consistem em um pedaço de pau ou de concreto enfiado no chão, sem nenhuma proteção para os passageiros.  Há, ainda, abrigos metálicos (2004), pré-moldados (411), publicidade (429), BRT (46), terminal (27), terminais de bairros (71). Outros, 215. O Consórcio informa que os reparos são feitos “sob demanda”. E, portanto, é bom reclamar, pelo 0800 080158 ou 9 9488399.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins (#OxeRecife) e Genival Paparazzi (Foto do leitor)

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