Reunião define impasse em Casa Forte

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Passei caminhando, hoje, por Casa Forte, e soube que ficaram paralisadas por duas semanas as obras no Largo do Holandês, depois do impasse entre a Prefeitura e os moradores do bairro da Zona Norte, que defendem a implantação de uma praça em um terreno que foi cercado pelo poder público para a construção de uma capela. Na manhã de hoje, no entanto, havia dois operários trabalhando no local. Mas à tarde, por volta de 16h, haverá reunião entre a comunidade e representantes da Prefeitura, para resolver o impasse.

A praça é uma velha exigência dos moradores de Casa Forte.  Aliás, é esperada pela comunidade desde a gestão do então Prefeito João da Costa (PT),que governou o Recife entre 2009 e 2013. Já igrejinha seria um pedido do Condominio Lemos Torres, um conjunto habitacional que foi construído para abrigar famílias que moravam à beira do Canal do Parnamirim, inclusive em palafitas. A praça foi prometida pelo petista durante as obras de asfaltamento da Rua Samuel Lins, onde fica o Largo do Holandês. De acordo com os moradores de Casa Forte, o último gestor, Geraldo Júlio (PSB), também se comprometeu a implantar a área verde, o que não ocorreu.

Depois de vários dias parado, o canteiro de obras da capela pretendida pela prefeitura tinha dois operários hoje.

Revoltada com a construção da capela, a população pichou os tapumes do canteiro de obras da capela questionando o serviço que ali está sendo feito. “Cadê a praça?”. Segundo os residentes, a edificação ficará a apenas um metro do leito do Canal do  Parnamirim, distância bem menor do que os 30 metros estabelecidos em lei para margem de rios e riachos.  A comunidade em volta do Largo do Holandês também alega que não foi consultada sobre a obra que, no mês passado virou assunto de discussão nas redes sociais, em grupos de moradores de Casa Forte, Poço da Panela, Parnamirim, Alto José do Pinho.

O pequeno terreno onde será erguida uma capela (com investimentos públicos superiores a meio milhão de reais) fica no chamado Largo do Holandês, entre os bairros de Casa Forte e Parnamirim. O Largo do Holandês era uma área abandonada, cheia de mato, até que em 2018 moradores de Casa Forte se juntaram e resolveram revitalizar a área, com plantio de árvores e placa explicando a origem do nome Largo do Holandês, por conta de acontecimentos históricos no século 17 no local. A iniciativa terminou ganhando o apoio da própria Prefeitura, via Secretaria de Inovação Urbana. Desde então, nada mais foi feito no local pela parte do poder público. A não ser a ocupação do terreno para a construção da igrejinha católica. “Três igrejas em um quilômetro?”, questiona uma outra pichação referindo-se a templos católicos localizados na Praça de Casa Forte (dois) e na esquina da Rua da Harmonia com a Estrada do Arraial, em Casa Amarela, todas bem pertinho da Samuel Lins.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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