Como faço todos os anos, fui conferir a 22ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, que em 2022 homenageia os 30 anos do Manguebeat. Portanto, o caranguejo que virou um símbolo daquele movimento está em todas as partes da decoração: nos pórticos de entrada, nos corredores, na Praça de Alimentação. E o crustáceo aparece, sempre, de forma deslumbrante. Ainda pretendo retornar à Fenearte, pois há coisas que a gente tem que olhar mais devagar. Geralmente dou uma geral, uma panorâmica, no primeiro dia. E depois, retorno para prestar mais atenção em alguns estandes, os melhores, que costumo revisitar.
Dessa edição, a gente conclui que o artesanato de Pernambuco realmente é rico, diversificado, criativo e talvez o melhor do país. Os expositores pernambucanos são 80 por cento do total de 5 mil que estão presentes à Feira. Já na entrada, na Galeria dos Mestres, dá para conferir essa informação: Dona Odete, de Poção (com suas rendas de renascença); Lúcia, de Passira (com o bordado); Ivonete, de Camaragibe (com seu ponto de cruz); Damiana, do Orobó (com o frivolité); Fida, de Garanhuns ( com seus objetos mágicos); Mestre José Alves, de Olinda (com seu clássico navio negreiro, seu rancho e seus caboclos); Mestre Abias, de Igarassu (que cria suas esculturas a partir de galhos e raízes); José Lopes, de Glória de Goitá (com seus bonecos); Miro, de Carpina (com seus bonecos articulados); Bezinho Hambiwá, de Ibimirim (com cestaria e bichos em madeira).
Só para citar apenas alguns, pois os destaques somam 64, os mestres do artesananto pernambucano, logo na entrada da Fenearte. Ou seja, alegre e colorida, a Feira é um verdadeiro caleidoscópio. Não é à toa, portanto, que cerca de 200 mil visitantes sejam esperados. Além dos artistas que fazem um artesanato popular, há presença, também, daqueles que com trabalho mais sofisticado, como é o caso de Delly Figueiredo, de Jaboatão dos Guararapes, que chega com objetos decorativos alegres, coloridos inclusive recriando santos de grande apelo plástico, como São Francisco. Ela tem piões, jarros, santos e santas, bonecos. Entre os produtos sofisticados, achei muito interessante, também, as “jóias arquitetônicas com design autoral pernambucano”, do Studio Lama Design. Portanto, um conselho: Imperdível, mas imperdível mesmo, conferir os boxes com produtos de Pernambuco. Sinceramente, nosso estado faz bonito. Confira alguns artesãos, na galeria de fotos abaixo:
Estive em estandes de outras unidades da Federação. Os que chamaram minha atenção foram as biojoias que vêm do Acre, assim como a artesania dos índios do Xingu,maravilhosas: pulseiras, cestas, enfeites para paredes, banquinhos, tudo uma graça. Porém, no geral, a criatividade não mostrou ser o forte de muitos estados. Exemplo: Ceará, Paraíba e Bahia estão com exposição mais fraca do que em anos anteriores. Mesmo assim, ofertam coisas bonitas de se ver. Porém, de fora, que mais me chamou a atenção foi o estande do Vale do Jequitinhonha (MG), com seu artesanato inconfundível, original e delicado. Meu Deus, quanta coisa linda. Não pretendia comprar peças decorativas, porque já cheguei na fase do desapego, porém não resisti a uma farinheira (que claro, será usada na decoração e não na mesa de jantar) e dois jarrinhos de parede. De quebra, já adiantei uns presentinhos de aniversário de algumas amigas e até mesmo de Natal.
Decepção, mesmo, tive foi com o setor internacional. Primeiro, quase que não achava. Todos os anos, vou logo nos estandes de países africanos, em busca de colares ou mesmo de objetos autócnes. Mas não vi nada interessante. O que veio de moda étnica daquelas bandas está um horror. Chavão mesmo. Colares, nem pensar. No meu entender, estão salvos as peças da Turquia (louças, luminárias, pratinhos decorados), os chapéus tipo Panamá (que são do Equador) e as pecinhas em cerâmica do Peru, que mostram o transporte alternativo e colorido naquele país. Que, porém, são muito repetitivas. Todos os anos, elas repetem até as mesmas cores. Mas que ainda não tem, pode comprar uma. Pois são muito bonitas e decorativas. Ainda não conferi o expositor de Moda Autoral Pernambucana – Mape (na verdade não encontrei), o Espaço Janete Janete Costa nem a 15ª Galeria de Reciclados. Ou seja, tenho que voltar, não é? Nota dez para a Praça de Alimentação com a programação cultural e para as cadeiras de descanso, em forma de meia rede. Gostei, também, dos caranguejos pendurados em raízes nas paredes, como as maçãs na macieira. Na saída, uma fila interminável deixando o estacionamento. Me pareceu que algumas cancelas não estavam funcionando. Nota cinco. Também muitas pessoas circulando sem máscaras faciais, o que não deixa de ser um risco, em tempos de crise sanitária (nota zero para elas). Mas valeu. A Fenearte merece sua visita. Não deixe de ir. Está valendo a pena. Confira:
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Serviço
Evento: Fenearte
Onde: Centro de Convenções de Pernambuco, Av. Professor Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda
Quando: de 6 a17 de julho
Horário: de 14h às 22h
Ingressos, de segunda a quinta: R$ 10 e R$ 5 (meia); de sexta a domingo: R$ 12 e R$ 6 (meia)
Pontos de venda: Shopping Tacaruna, Shopping RioMar, Shopping Recife, Shopping Boa Vista, Shopping Plaza e Centro de Artesanato de Pernambuco
Estacionamento: R$ 10 nos dias da Fenearte, independente do tempo de permanência
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: José Britto, Hélia Scheppa (divulgação) e Letícia Lins
Vídeo: Letícia Lins
Eita que deu água na boca, ou melhor, deu brilho na vista Letícia! Quem ainda não foi, só por ler o texto já fica na vontade de ir!!!
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