Tráfico usa anilhas falsificadas para “legalizar” o “comércio” de aves silvestres

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É fogo…. Como se não bastasse a retirada de 38 milhões de bichos da natureza anualmente no Brasil, o tráfico de animais silvestres – como qualquer outro crime – também começa a se sofisticar. Pois não é que agora os traficantes deram para falsificar anilhas dos pássaros que seriam “comercializados” no estado, como se tivessem nascido em cativeiro legalizado?

Como os pássaros são muito disputados e a comercialização de animais silvestres é crime ambiental, a anilha serve para “identificar” que o animal não foi retirado da natureza, mas sim reproduzido em cativeiros e criatórios licenciados pelos órgãos ambientais. O problema é que a Agência  Estadual de Meio Ambiente (Cprh) identificou anilhas frias em pássaros apreendidos no Estado. Pode, um negócio desse?

Técnicos da Cprh tentam identificar a origem de anilhas falsificadas em aves silvestres.

Segundo a Cprh, a anilha é uma marcação, que funciona como uma “carteira de identidade”, uma espécie de certidão de nascimento do pássaro. Através da anilha pode-se saber a origem (pais, avós do bichinho), o criadouro onde ele foi reproduzido e se chegar à certeza que o animal não foi criminosamente retirado do seu habita. Então, a anilha fria vem sendo utilizada pelos traficantes para que possa indicar uma origem que não é real. Ou seja, o animal pode ter a aparência de que não foi retirado das matas, quando – na verdade – foi criminosamente subtraído das matas.  A anilha fria, na verdade, é pra burlar o sistema de vigilância sobre esses animais. No Brasil, as aves são as mais disputadas pelo tráfico de animais silvestres.

A Cprh acaba de identificar crime de falsificação e de adulteração nas anilhas de aves silvestres que agora se encontram em reabilitação, no Centro de Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras Tangara).  As aves “anilhadas” chegaram ao Cetras por meio de fiscalizações realizadas em feiras livres, torneios de canto, vistorias em residências e também nas rodovias estaduais e federais, que cortam Pernambuco. De acordo com o gestor da Gerência de Fauna Silvestre da CPRH, Iran Vasconcelos, a equipe vem se dedicando à análise, que é um trabalho que exige muita atenção e cuidados técnicos, para que os animais não sejam machucados e para que todos os registros sirvam como prova comprobatória no laudo pericial . “ É um processo que exige habilidade técnica. “Anilhas são selo público e falsificar ou adulterar as anilhas é crime conforme o artigo 296 do código penal, passível de multa e prisão da pessoa que realizou o ato criminoso”, enfatizou o gerente do setor.

Prisão para os criminosos! Liberdade para os pássaros!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Divulgação

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