Essa semana é de Nara Normande, natural de Alagoas, mas que residiu em Pernambuco por quase duas décadas, onde deu os primeiros passos para sua já vitoriosa carreira de cineasta. Aos 37 anos, ela já ostenta um currículo com cerca de cem premiações, por conta de três curtas que encantaram o público e comissões julgadoras em festivais realizados em vários continentes. Animadora, roteirista e diretora, Nara consegue impor altas doses de sensibilidade aos seus filmes e termina por arrancar emoção e admiração dos espectadores. Eu, por exemplo, assisti o sensível Guaxuma duas vezes e me emocionei em ambas. É impossível ficar indiferente.
Após a realização de Dia Estrelado (2011), Sem Coração (2014) e Guaxuma (2018), Nara só fez colecionar prêmios, tendo sido escolhida como Melhor Diretora duas vezes no Festival de Brasília e arrebatado reconhecimento em outros festivais igualmente importantes, como o de Gramado, o de Havana e o de Cannes. Neste, em 2021, ela e o parceiro de direção, Tião, conseguiram o Prêmio Illy da Quinzena de Realizadores de Cannes. Em 2020, a cineasta foi citada no TOP 10 Novos Cineastas do Portal “Papo de Cinema”.
O #OxeRecife torce para que Nara, Tião e equipe regressem ao Brasil com mais uma premiação. É que, de acordo com os jornais e portais que cobrem o Festival de Veneza, o filme da brasileira foi aplaudido por jornalistas, público e comissão julgadora. Normalmente esse tipo de unanimidade não é comum. Às vezes, o filme agrada à crítica, mas não ao público. Ou vice-versa. Ou seja, o que se viu foi sintonia entre imprensa, crítica e o plateia. Mas o longa da dupla – o primeiro da carreira de Nara – agradou a todos, pelo que se vê. Ganhou uma longa salva de palmas dos três setores. Trata-se de uma coprodução com França e Itália, que vem a ser o único filme brasileiro competindo na Itália. “Sem Coração” compete na Mostra Paralela Horizontes, na Ilha de Lido.
“Sem Coração” é uma referência ao apelido da personagem principal do filme, devido a uma cicatriz que a menina tem no peito. O cenário é Guaxuma, praia paradisíaca da infância de Nara e que se trata de referência muito presente em sua obra. Memórias afetivas que se transformam em arte. No elenco, Alaylson Emanoel, Kaíque Brito , Eules Assis e Maeve Jinkings (participação especial). A produção do longa brasileiro é da Cinemascópio, de Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça, este já incluído entre os mais importantes cineastas brasileiros, e que vem dando o que falar com “Retratos Fantasmas“, seu último filme, que está lotando salas de cinema em todo o país. E que encontra-se entre os seis pré-selecionados para representar o Brasil em disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2024. Se for, o cinema brasileiro sai ganhando, mas o Recife sai perdendo, pois o filme mostra como o Recife transformou-se em um fantasma da cidade maravilhosa que já foi. E como a melancolia tomou conta do centro da cidade, depois que fecharam os seus cinemas. Perdeu muito do seu glamour, não foi?
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Redes Sociais
Não conhecia a diretora, mas vai ficar na minha lista Letícia! Obrigado pelas informações e pelo belo texto!!!
Obrigada, Letícia.
Você sempre nos atualizando por meio de escrita perfeita.
Abraço