Reeducandos do sistema penitenciário de Pernambuco fabricam brinquedos para doação

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O ócio nunca foi bom conselheiro. E nunca será. Nem para quem está em liberdade nem para quem está atrás das grades. O fato de ter alguma ocupação em presídios e penitenciárias não só ajuda aos reeducandos, quanto facilita suas vidas após cumprimento de pena. Como repórter já entrevistei várias pessoas que cometeram crimes, estiveram presos mas que saíram do presídio para uma nova vida, com emprego ou trabalho garantidos. Não é tão comum quanto deveria ser. Mas acontece.

Por esse motivo, é digno de registro a iniciativa da Secretaria Executiva de Ressocialização  (Seres) em promover distribuição de brinquedos e jogos educativos  a crianças em instituições de acolhimento infantil. Detalhe: foram todos confeccionados por pessoas privadas de liberdade de Pernambuco, que aguardam julgamento ou cumprem pena nas seguintes instituições: Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), do Presídio de Igarassu (PIG), da Penitenciária Dr. Ênio Pessoa Guerra (PDEPG) e do Centro de Ressocialização do Agreste (CRA).

Crianças de instituições filantrópicas receberam presentes e joguinhos confeccionados por reeducandos de Pernambuco

No total, foram distribuídos 250 brinquedos e jogos educativos. A iniciativa integrou o trabalho desenvolvido pelas pessoas privadas de liberdade (PPLs) como forma de ressocialização e solidariedade. Entre os brinquedos confeccionados e doados,  estão: jogos de dama, jogos da velha e carrinhos. Entre os beneficiados, estão a casa de acolhimento Vovó Geralda e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), no bairro de Joana Bezerra, no Recife. Outras instituições beneficiadas foram a Creche Lar Esperança, no bairro de  Afogados, e a Creche Aconchego do Hélio, no Bongi, todas no Recife.

“Estes projetos não só celebram a generosidade do Natal, mas também são fundamentais para a reintegração dos indivíduos na sociedade. Através do estímulo ao trabalho e à criatividade ainda dentro do cárcere, podemos mostrar que há novos caminhos possíveis”, afirma o superintendente de capacitação e ressocialização da Seres, Jorge Henrique.  O trabalho de construção dos brinquedos é validado pela Lei de Execução Penal, nº 7.210/1984, como remição de pena pelo trabalho, concedendo ao reeducando a dedução de um dia de sua pena a cada três dias trabalhados. Agora, sinceramente, com uma população carcerária tão grande – cerca de 34 mil pessoas –  bem que a quantidade de brinquedos poderia ser muito maior, não é? As instituições filantrópicas agradeceriam.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Seres / Divulgação

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