Acreditem se quiser. À distância, parece um muro “verde”, totalmente recoberto pela vegetação como muitos, de bom gosto, que a gente observa no Recife e que tanto alegram a paisagem. Há uns dominados pela hera, outros pela perfumada Dama da Noite, por imbés, jiboias ou buganvilles. Mas esse da foto só tem de “verde” a cor. Caminhando hoje, descobri que essa “hera” que encontrei no bairro de Apipucos é de… plástico.
Sei não, mas acredito que em uma cidade em situação de emergência climática como é o caso do Recife e que está ente as mais vulneráveis do mundo em relação aos efeitos do aquecimento global, não devia se permitir esse tipo de “vegetação” em áreas externas. Infelizmente, na nossa capital não são poucos os estabelecimentos comerciais que começam a apelar para essa forma de falsear a realidade ambiental. O que dizem os ambientalistas, os urbanistas, os arquitetos, os políticos? Os vereadores do Recife não estão vendo isso não, é? Cadê uma lei para evitar que isso prolifere? Se já tem, não está sendo cumprida!
Quem quer usar flores artificiais na decoração interna de suas casas, tudo bem. Mas é inadmissível que imobiliárias, bares, supermercados e lojões apelem para plantas de plástico em seus jardins. Porque esses empresários que partem para esse tipo de iniciativa não pensam assim, que contribuição estou dando à natureza usando plantas de plástico? O #OxeRecife já mostrou aqui casos diversos desse tipo de agressão aos nossos olhos. E também ao ar que se respeita. E que nada, mas nada mesmo, acrescentam de bom à saúde do nosso já tão degradado meio ambiente. Até porque, quando descartadas, vão poluir o planeta!
Na Estrada do Arraial tem um mercado que tirou o gramado e colocou um “tapete” verde artificial na frente e nas laterais da loja. Na Madalena, há um lojão (foto abaixo) que além de erradicar as árvores do quarteirão, fez a “compensação” com duas palmeirinhas e um pequeno “gramado”. De plástico. Em Casa Forte, uma famosa churrascaria “cultiva” lindas orquídeas em um secular pé de manga. Parei para fotografar as lindas “flores”. Quando me aproximei… Eram mentira.
O pior é que agora essa mania está pegando, até mesmo nos jardins particulares. Já vi pelo menos três casas (um no Parnamirim e duas no bairro da Boa Vista) com flores de pano nos jardins. O Recife, que se gaba tanto de avanços na área ambiental e vive alardeando os reconhecimentos que recebe de órgãos nacionais, não devia permitir o uso de plantas artificiais em áreas externas de indústrias, comércio nem repartições.
Porque se essa moda famigerada pega, a cidade deixará de ser apenas a capital do arboricídio para se transformar na capital dos jardins de plástico. E #paremdederrubarárvores! Perguntar não ofende: Como fica a permeabilização do solo com “tapetes” imitando gramado, como os do mercado em Casa Amarela? As leis municipais permitem uso de plantas plásticas em ambientes externos no Recife? Cadê a fiscalização? Com a palavra, as autoridades: URB, Emlurb, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Câmara dos Vereadores Ministério Público. Ninguém faz nada não, é?
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife