Depois do sucesso de “Recife Assombrado” – o segundo filme pernambucano mais assistido em 2019 – vem aí o “Recife Assombrado 2: A Maldição de Branca Dias“, cujas gravações começam nesse feriado (6/3) na capital pernambucana, que é tida como a mais assombrada do Brasil e na qual todo mundo tem sempre uma história de fantasma ou alma penada para contar. O elenco conta com 18 atores, inclusive os globais Vitória Strada e Daniel Rocha (ladeando a titular desse Blog, na foto acima). A julgar pelo que anteciparam os responsáveis pela produção, em entrevista hoje, a versão dois do “Recife Assombrado” terá tudo para ser um sucesso. Pois fala da mais lendária personagem feminina de nossa história e que viveu em Pernambuco no século 16, como senhora de engenho. Mas aborda sobretudo as lendas urbanas mais famosas da nossa cidade, incluindo algumas que surgiram no século passado. A previsão é que as filmagens se encerrem no próximo dia 24. Elas serão realizadas no Recife e no município de Vicência, onde ainda existem casas grandes seculares, uma das quais servirá como locação e ambientação do século 16.
Branca Dias nasceu em 1515, em Portugal, onde foi perseguida pela Inquisição por ser judia, após ter sido delatada pela mãe e uma irmã. Consegue livrar-se da masmorra, e vem com os filhos para Pernambuco, onde – entre a cruz cristã e a torá, (a “Bíblia” dos judeus) – viveu como Senhora de Engenho. E, depois, como dona de escola particular (a primeira no estado). Ela teria morrido entre 1558 e 1589, mas até hoje alimenta o imaginário popular dos pernambucanos. E a pergunta que vem: Como fazer um link entre as assombrações do Recife de hoje e a judia, 508 anos após o seu nascimento? Na verdade, o filme trata da busca de “tesouro” deixado por Branca Dias e é, portanto, ambientado nos dias atuais, quando os personagens se defrontam com fantasmas que povoam o nosso imaginário popular. Entre estes, aquele da famosa “Perna Cabeluda”, que provocou muito medo entre os moradores do Recife, no século passado. O filme é dirigido por Adriano Portela (Criador da Escola Cobogó das Artes), com produção de Ulisses Brandão, da Viu Cine, que repetem a parceria do primeiro filme.
Como todo bom pernambucano, Adriano gosta de histórias de fantasmas e assombrações, tema do seu primeiro longa e de algumas peças de teatro que costuma dirigir, com o elenco formado em sua Cobogó das Artes. Portanto, não poderia ser diferente no seu segundo longa. De acordo com o produtor Ulisses Brandão, o filme lançará mão de tecnologias muito modernas, que resultarão em pelo menos 80 efeitos especiais ao longo da exibição. “É o filme pernambucano a usar o maior número desse tipo de efeito”, diz Ulisses. ” Ele afirma, ainda, “ser o primeiro longa de Pernambuco com painel de led em estúdio”, referindo-se à inovadora e moderna tecnologia, que pode transformar um estúdio em cenário deslumbrante, por exemplo. O cenário será, também, em 3D. A Viu Filmes atua há doze anos no Recife, onde já produziu dois longas, seis séries e conta com o maior estúdio em animação da capital.
A julgar pelo que dizem os dois, o filme será muito divertido. “Pelo roteiro, não haveria sentido em fazer o filme sem assombração. Mas há personagens mais leves e engraçados. Não queremos que as pessoas só tenham medo, mas que possam rir também”, afirma o produtor. “Não posso ‘entregar tudo’, mas mesmo o filme sendo de terror, terá seu alívios cômicos”, ratifica Adriano. Entre os atores que farão o lado engraçado, está o pernambucano Aramis Trindade, que interpreta um funcionário do Teatro Santa Isabel, e que morre de medo de assombração. Como se sabe, o nosso TSI é tido como um dos muitos imóveis assombrados da capital.
“Nunca atuei em filme sobre assombração e, no início, fiquei um pouco assustada, mas aceitei o desafio porque gosto de fazer coisas diferentes. E me surpreendi, ao chegar aqui, pois em cada canto encontro pelo menos cinco histórias de assombração”, diz Vitória Strada, divertida. Na Tv Globo, ela participou de novelas como Espelho da Vida, Tempo de Amar e Salve-se quem puder. Outro que se espanta com a riqueza do “repertório” recifense de almas penadas é o ator Daniel Rocha. “Sou de São Paulo, e lá não conhecia essa cultura tão forte de assombrações. A cada lugar que a gente chega, tem uma história no Recife, até mesmo na Praça Chora Menino, que é cheia de lendas. Em São Paulo, a única história de assombração que conheço é da loira da banheira”, relata ele, que já atuou nas novelas como Amor à Vida, Império, Totalmente Demais e Lei do Amor. Ele acredita, também, que o filme tem tudo para ser bem sucedido inclusive pela sua originalidade, já que no Brasil, as comédias são a grande maioria dos filmes de gênero. O filme deve estrear no primeiro semestre de 2025. A expectativa é grande….
Abaixo, você vê mais informações sobre Adriano Portela, a Cobogó das Artes, algumas de suas produções “assombradas” e também confere histórias sobre Branca Dias e fantasmas do Recife.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Juliana Lins / Cortesia e Letícia Lins / Acervo #OxeRecife
Que especial! Maravilhada com essa notícia sobre o filme Recife Assombrado 2 que a bloguera Letícia nos trouxe exatamente hoje, quando Pernambuco comemora sua Data Magna. A história de Branca Dias desperta grande curiosidade pelo papel que desempenhou na história do nosso estado. Sem contar os fatos novos que o filme trará, como por exemplo, as cenas de comicidade que intercalarão as assombrações. Estou encantada, cheia de vontade de assistir Recife Assombrado 2, cuja filmagem segundo o texto, começa hoje. Que venha 2025 para que possamos assistir este filme que promete ser sucesso de bilheteria.
Texto maravilhoso Letícia! É um verdadeiro deleite!! Só é ruim porque agora a gente vai ficar na vontade de ver o filme, mas ainda demora um pouquinho pra ficar pronto! Arretada essa ideia de fazer a continuação do Recife Assombrado e ainda mais com a história de Branca Dias. Acho que vai ficar show! Na expectativa pra ver o resultado!! Valeu