Uma das mais graciosas do Recife – e onde fica a menor igreja da cidade – a Praça Miguel de Cervantes está um breu, apesar de ficar em uma área de muito movimento, de trânsito e também de pedestres, já que está situada perto de vários grandes hospitais e de dezenas de centros empresariais.
O escuro é muito ruim, pois além da iluminação conferir maior encanto a locais interessantes, proporciona também maior segurança à população e ao próprio patrimônio público da cidade,que vive à mercê dos vândalos e marginais. Se o Recife amedronta pela violência, à luz do dia, imaginem no escuro, como está ocorrendo na Ilha do Leite… Cadê a iluminação pública da Praça?
Estranho é que faz pouco tempo que aquela pracinha passou por requalificação, ganhou novos equipamentos, até calçadas mais seguras, novas cores. Porém embora as lâmpadas do Recife estejam sendo substituídas por outras de led, alguns locais que passam por reforma ficam mesmo é às escuras. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Ponte da Boa Vista.
Chamada popularmente de “Ponte de Ferro”, o secular monumento ficou linda de dia, após a pintura e a restauração. Porém à noite, o que se via era só o breu. Não estive na cidade no horário noturno, nesta semana, para checar a atual situação da ponte. Porém, o escuro da Praça Miguel de Cervantes chega pelas redes sociais do #OxeRecife. E é recente.
Foi só postar uma foto mostrando o “cemitério” em que se transformou o Bigbompreço após ter a loja de Casa Forte fechada, que a reação chegou imediata. Da leitora Sílvia Santos, servidora pública, que chamou a atenção para esse outro “cemitério”,já que a Miguel de Cervantes está parecendo uma praça fantasma. Disse ela:
”Cemitério está a Praça Miguel de Cervantes, agora chamada de Fernando Figueira, na Ilha do Leite, Letícia Lins. Passei lá na sexta-feria (24/3) à noite, por volta de 8h30m e ela estava totalmente no escuro”. E indaga: “Como é que pode?”.
Pode, no Recife, pode. Foi assim, por estar às escuras, que Parque de Esculturas Francisco Brennand,que fica no Marco Zero,teve “somente” 64 de suas 79 peças roubadas (na gestão passada). Na Praça Miguel de Cervantes, como não tem quantidade tão grande de obras de arte, quem vem sendo roubada é a população mesmo, que está à mercê de assaltos, facilitados pelo breu. Até mesmo os professores que dão aulas de educação física em academia do município na localidade estão temerosos. Com a instituição de Zona Azul no local, eles vêm deixando seus automóveis em áreas mais distantes e temem assaltos. Principalmente à noite.
Com a palavra a Emlurb, a quem cabe o dever de zelar pelas praças da cidade. Abaixo,você confere outras perdas do patrimônio público do Recife, muitas vezes facilitadas pela falta de iluminação pública.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife