Muito comunicativos e considerados antes como as principais atrações do Parque Treze de Maio, onze macacos foram retirados hoje de suas jaulas, que ficam naquela que é a maior área verde do centro do Recife. Os primatas acabam de ser levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetras Tangara), onde serão preparados para retornar à natureza.
A ação foi a segunda realizada para transferência dos animais ali cativos. A primeira ocorreu em 20 de outubro, quando foram retiradas 48 aves, incluindo araras-canindé, seriema, patativa e rolinha. Após avaliação no Cetras, os animais voltarão ao habitat, desde que sejam considerados aptos para a vida selvagem. Os que não têm mais condição de retornar à vida livre, serão enviados a santuários ou centros de triagem específicos.
A retirada dos animais foi feita pela Prefeitura do Recife, em parceria com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), órgão da gestão municipal que cuida do parque. Também participaram: a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que passa a ser a responsável pelos animais; e o Ibama. No local, haverá a construção de uma Praça da Infância temática. “Vamos deixando de normalizar a presença de animais silvestres em ambientes trancafiados. A reabilitação dos bichos para seu habitat natural é uma grande conquista”, explica a Prefeita em exercício do Recife, Isabela de Roldão. “Com a retirada dos animais, a cidade ganhará mais uma Praça da Infância, conceito extremamente envolvente e participativo”, conclui.
Os animais viviam em jaulas consideradas pouco confortáveis e foram atração para várias gerações, pois estavam no local há quase 50 anos. Além de prisioneiros, o ambiente também era inadequado pois mesmo com as jaulas posicionadas no interior de um parque, os biólogos apontam poluição sonora como incompatível com as necessidades dos animais. Eles enfrentavam, ainda, outro problema: os frequentadores do Treze de Maio têm mania de dar guloseimas aos animais, como pipoca, chocolates, biscoitos e outros alimentos que eles não vão encontrar na natureza. A transferência dos animais para o Cetras Tangará está ocorrendo por grupos distintos e obedecendo ao cronograma estipulado entre os órgãos competentes. Nesta quarta-feira (01), haverá a retirada dos quelônios (cágados e tartarugas). A expectativa é que no mês de novembro toda a ação esteja concluída. O Parque precisa de cuidados. Frequentadores se queixam da falta de segurança e seus equipamentos são furtados com frequência.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Carol Bezerra/Prefeitura do Recife
