Todo mundo de olho na sustentabilidade. No Rio de Janeiro, pela primeira vez o descarte de resíduos orgânicos provenientes de cozinhas e lanchonetes dos camarotes do Sambódromo, na Marquês de Sapucaí, serão destinados para compostagem. Antes, iam todos para o lixo. E, depois, para o aterro sanitário. Mas em 2025, a expectativa é que 60 toneladas de resíduos orgânicos sejam aproveitados no processo e virem adubo. Afinal, espera-se a produção diária de dez toneladas desse tipo de resíduo, considerando-se os desfiles da Série Ouro, do Grupo Especial e Campeãs.
A iniciativa resulta de parceria com o Sesc Rio de Janeiro (coordenação), Instituto Fecomércio de Sustentabilidade – IFS (consultoria), Grupo Urbam (na logística) e a Ciclo Orgânico (empresa especializada em coleta e compostagem de resíduos residenciais). Coletado na Sapucaí, o material orgânico será compactado e transportado até a base da Ciclo Orgânico, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde será preparado para se tornar fertilizante natural para o plantio de mudas, que serão utilizadas em ações de educação ambiental. Na dispersão do setor 9, os foliões receberão mudas plantadas com o adubo produzido pela Ciclo Orgânico. Oito máquinas Retorna Machine, equipamento que recebe seis tipos de resíduos (pet, alumínio, aço, longa vida, vidro ou plástico), também estarão distribuídas pela Sapucaí. Ao depositar seu resíduo no equipamento, o folião ganhará recompensas por meio de um aplicativo.
A ação tem caráter pedagógico e se soma ao trabalho dos mais de 100 catadores contratados para atuar no sambódromo. Os resíduos acumulados nas máquinas serão revertidos para as cooperativas de catadores. Tem mais. O folião que não desejar ficar com a sua, poderá depositá-la em um caminhão posicionado na dispersão. O material arrecadado será recuperado e doado para escolas de samba do interior e servirá de insumo para oficinas de reciclagem têxtil.

No Recife, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), realizou, ao longo deste mês de fevereiro, o cadastro dos catadores de materiais recicláveis que irão trabalhar durante o período de festas do Carnaval 2025 no centro. A ação teve o objetivo proporcionar o acesso dos trabalhadores à Cabine de Comercialização na Central de Reciclagem do Carnaval deste ano, iniciativa realizada em conjunto com o programa Conexão Cidadã, do Governo Federal, além de fazer o direcionamento das pessoas que realizam o trabalho de forma autônoma para os benefícios sociais aos quais tenham direito.
Durante o cadastro foi constatado que grande parte dos catadores autônomos encontra-se em situação de vulnerabilidade social e vivendo nas ruas. Diante disso, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Assistência Social e Combate à Fome, criou a Casa dos Catadores, que vai funcionar no período carnavalesco. Trata-se de um prédio de três andares, para acolher população em situação de rua que trabalha com recicláveis. O espaço começa a funcionar nessa quinta, 27/2. Serviço fica disponível até Quarta de Cinzas. A casa Recife Carnaval Sustentável tem capacidade de atender até 150 pessoas entre homens e mulheres. Para quem precisa de descanso, o local dispõe de dormitório com 150 camas. Os frequentadores terão garantidas duas refeições, sendo uma logo que entram no abrigo, além de um café da manhã reforçado, roupas, kit de higiene, toalha de banho. O espaço dispõe de guarda-volume e vestiário.
O prédio de três andares é composto por uma área de convivência com televisão e refeitório e o restante do espaço é destinado aos dormitórios. Durante todo o Carnaval uma equipe de três analistas, sendo assistentes sociais, psicólogos ou terapeutas ocupacionais, além de seis educadores sociais e dois cadastradores atenderão os frequentadores do local. A rua ficará fechada e, nela, cinco contêineres funcionarão como banheiros preparados com chuveiros e vasos sanitários para atender os frequentadores do local.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação Sesc Rio/ e Prefeitura de Olinda (Acervo #OxeRecife)